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Teresa, Carminha e Madalena (Foto: Divulgação)

“Cordel do Amor Sem Fim” explora a potência do amor no bem e no mal

Filme de Daniel Alvim é adaptação da peça e carrega o mesmo elenco que o dos palcos

“Cordel do Amor Sem Fim” explora a potência do amor no bem e no mal
3.5

Cordel do Amor Sem Fim
Daniel Alvim
Brasil, 1h15. Gênero: drama, comédia.


O amor está junto da morte como o tema de maior peso em qualquer obra ficcional. Em parte porque é algo unânime na humanidade, que pode surgir nos contextos mais aversos a ele, e também porque, sob a justificativa do amor, são cometidas ações que se tornam impensáveis em um contexto convencional. De maneira bastante simples, Cordel do Amor Sem Fim explora essa segunda constatação. O filme dirigido por Daniel Alvim e produzido por ele e Helena Ranaldi soa ingênuo em primeiro momento, mas ganha o espectador.

O filme tem sua origem na peça homônima, escrita por Cláudia Barral – que está como roteirista -, e basicamente fez uma transposição de sua equipe dos palcos para as telas. O elenco é mesmo do teatro, e o diretor continua sendo Alvim, o que faz com que o filme conserve os elementos teatrais quase que integralmente, no texto, na atuação e até em detalhes de direção de arte.

Pelo texto cômico e os tons vibrantes, Cordel do Amor Sem Fim parece ingênuo demais no início, mas a medida que a trama se torna mais densa e os personagens mostram outras dimensões suas, o filme cresce, e a reflexão sobre o amor junto com ele. O principal motivo do filme se fazer entender bem é o elenco tão enxuto, que cria nos seus personagens as alegorias para mostrar as tantas formas de amar.

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Daniel Alvim, Helena Ranaldi e Neto Florencio apresentando o longa no Cine PE (Divulgação)

A esperança infinita de Teresa (Márcia de Oliveira), o pragmatismo quase implacável de Madalena (Helena Ranaldi), o amor platônico de Carminha (Patricia Gaspar) e até na obsessão de José (Luciano Gatti), todos eles mostram que a crença no amor pode extrair o melhor e o pior em nós, e que em instantes podem vir a inveja, o egoísmo, a violência e o medo, todos eles “justificados” pelo amor. Esse amor, aliás, não é apenas o amor romântico. A história se aprofunda no amor das três irmãs entre si, e dos personagens consigo

E mais uma vez se destaca a simplicidade do elenco, um universo pequeno como nos é apresentado, com poucos personagens, não abre muitas brechas para que o filme se distancie da mensagem que quer passar. Inclusive, neste elenco que já bom, Helena Ranaldi se destaca como Madalena, e entrega intensidade nos momentos que o texto exige.

O Cordel do Amor Sem Fim é um filme que consegue dosar bem sua leveza e sua densidade, com uma história que carrega a inteligência do teatro e faz com que o espectador se enxergue um pouco nos personagens ao ponto de entender – mas sem necessariamente aceitar – as escolhas e os dilemas que eles vivem e, em alguns casos, não julgar a forma como amam.