Coletivo Aurora de Estrelas inaugura exposição ‘Diários da Praça’, na Casa Estação da Luz

Mostra, que tem incentivo do Programa Funarte Retomada Artes Visuais, reúne diferentes artistas e celebra ações do coletivo, a partir de 18 de dezembro

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(Divulgação)

A Casa Estação da Luz, em Olinda recebe a partir do dia 18 de dezembro a exposição Diários da Praça, do Coletivo Aurora de Estrelas. A iniciativa, que tem apoio do Programa Funarte Retomada Artes Visuais, reúne 26 obras criadas por artistas em situação de vulnerabilidade social, celebrando seis anos de trabalho transformador do coletivo. A abertura será das 17h às 21h, com entrada gratuita. 

A iniciativa de um coletivo de artistas vem há 6 anos mudando a percepção sobre a população em situação de rua da Região Metropolitana do Recife. Se, nas políticas públicas ainda há muito o que avançar, no campo artístico o grupo tem se esforçado pela inclusão social. Com mais de 100 ocinas realizadas, já são mais de 20 pessoas que deixaram as ruas com a ajuda dos métodos de arte-terapia e projetos de impacto urbanístico como forma de estimular a autonomia dos participantes. 

O grupo promove um olhar mais atento sobre quem são as pessoas que vivem nas ruas e marquises da paisagem pernambucana, propondo dinâmicas e projetos focados na valorização da expressão enquanto ferramenta de cura das questões de abuso que resultam no processo de indigência urbana. O nome da exposição é uma referência à Praça do Diário, foco das atividades atuais do coletivo, que compreende que a arte pode ser uma poderosa ferramenta de transformação, capaz de catalisar processos meditativos, promover o atendimento psicológico, apoiar a saída das ruas, oferecer educação financeira e construir uma sólida rede de suporte para aqueles que se encontram em situação de abandono. 

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“É uma etapa importante do nosso trabalho, a nalização de um ciclo e uma espécie de celebração dessa trajetória que envolve sempre tantas emoções. Lidar com um público de histórias tão diversas e delicadas envolve um grande esforço emocional. Também acho que é uma potência enorme enquanto artista de poder estar em contato com essas realidades e se desaar a entender como a arte pode salvar vidas e ressignicar trajetórias.” – Conta Sarah Nazareth, gestora do projeto. 

Ao longo dos últimos seis anos, o Aurora de Estrelas tem empregado uma variedade de abordagens, como pintura, desenho, fotograa, bordado, linguagens corporais, contação de histórias e vivências coletivas, para envolver essas pessoas em situação de vulnerabilidade. Essas intervenções têm sido conduzidas nos chamados “vazios urbanos”, como praças abandonadas, imóveis ocupados e viadutos, locais que muitas vezes não têm sido reconhecidos como espaços legítimos para preservar memórias e experiências. Nesse contexto, o grupo dene propostas e mecanismos criativos que atuem no campo afetivo e motivações íntimas para pessoas em situação de indigência urbana, transformando lugares de abandono em escolas informais.