O Coco Raízes de Arcoverde leva a sua pisada trupé, diretamente do sertão de Pernambuco, para a Virada Cultural pela primeira vez. O grupo arcoverdense da cultura popular, com influência afroindígena, se apresenta na capital São Paulo no dia 18 de maio (sábado), às 17h (gratuito), no palco BRASIS, na República, trazendo canções autorais inéditas do quarto disco para o espetáculo.
O Coco Raízes de Arcoverde tem a sonoridade percussiva representada pelo coco trupé, que consiste em uma rápida e forte batida dos pés no chão com tamancos de madeira, usados como instrumentos percussivos. O grupo é o retrato da poesia do sertão e do regionalismo nordestino.
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O público tem a oportunidade de ver o Coco Raízes de Arcoverde reproduzindo músicas que foram gravadas em São Paulo, entre elas “Cantando Coco”, que dá nome ao mais recente disco lançado, “A Pena”, “Dona Mariana”, “O Peba” e “Menino Chorão”, além das canções das antigas que seguem fazendo sucesso até os dias de hoje. Das novas, “A Pena”, a de estreia do álbum, e “Cantando Coco” estão disponíveis nas plataformas digitais do grupo.
Desde 1992 propagando a arte de sambar coco pelo mundo afora, além da ancestralidade, o Coco Raízes de Arcoverde foi formado pelas famílias Calixto, Lopes e Gomes, permanecendo até então com o legado de Lula Calixto (em memória), irmão dos mestres Assis Calixto, que segue até hoje cantando e contando histórias como Patrimônio Vivo de Pernambuco, e Damião Calixto.
Assis e Damião cantam e tocam com a família, formando assim o grupo que é composto por Dayane Calixto (dançarina e musicista), Damares Calixto (cantora e musicista), Ilma Calixto (cantora), Kell Calixto (cantor, dançarino e musicista), Iranildo Cavalcanti (dançarino), Danilo Calixto (pandeiro), Françua Gomes (surdo), Douglas Montenegro (cantor, dançarino e musicista) e Joana D’arc (cantora e musicista).
“A estreia do Coco Raízes na Virada Cultural de São Paulo significa reconhecimento da nossa história, dimensão e legado. Seguimos representando Pernambuco e difundindo a cultura popular, os elementos das culturas indígena e negra, o nosso sertão, a cidade de Arcoverde e todo o interior do estado”, enaltece Assis Calixto.
“Em 2019, Assis Calixto foi eleito patrimônio vivo de Pernambuco. Ele faz cultura popular há mais de 60 anos, sendo um dos responsáveis por fazer de Arcoverde a “Capital do Samba de Coco”. Seu primeiro contato com o coco foi ainda criança, com apenas seis anos de idade. Ele concedeu a honraria ao irmão Lula Calixto. Assis dá até hoje continuidade ao legado de Lula e se entrega ao samba de coco para manter viva a história de um povo”, ressalta Damião Calixto.
Em setembro de 2022, o grupo realizou uma turnê pelo estado de São Paulo, viabilizada pelo Sesc, com apresentações em Pinheiros e Itaquera, na capital, e em Sorocaba, interior. A circulação, que também teve o apoio da Associação Periférica de Sorocaba, foi para além dos shows. Isso porque, na ocasião, foi promovido oficinas e a gravação do álbum “Cantando Coco”, por meio da Gravadora Experimental da Faculdade de Tecnologia de Tatuí (Fatec), em Sorocaba, com produção executiva de Leandro Toledo.
“O projeto no estado de São Paulo envolveu estudantes, professores e professoras do curso de produção fonográfica. Foram disponibilizados gratuitamente equipamentos e profissionais para a realização do nosso quarto disco da história. Em todas as nossas excursões, buscamos compartilhar conhecimentos e viviências”, pontua Dayane Calixto.