Cobertura: Nonsense Rock Festival em busca do experimental da nova cena

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Festival de rock, que nasce das cinzas da festa “NonStop”, abre as portas para bandas independentes

O Nonsense Rock Festival tem como objetivo ser uma vitrine para novas bandas e trazer de volta as mais experientes para a cena atual. A primeira edição aconteceu neste sábado (22), no Recife Antigo. O evento trouxe novas bandas independentes fazendo um contraponto com as mais experientes da cena underground do Recife. A ideia do festival partiu dos produtores da festa “Non Stop”, conhecida entre os anos 90 e 2000, e marcada por pontos altos e baixos.

A Nonsense nasce com bastante influência da Non Stop, que completou 20 anos desde sua primeira edição no Recife. A festa fez sucesso por trazer hits da cena indie internacional e acontecia semanalmente no Bar História, no Recife Antigo.

As bandas se apresentaram na boate/bar chamada Mansão do Amor, localizada no bairro do Recife Antigo, conhecida por sediar festas alternativas. A primeira atração começou a tocar quando já era mais de meia noite. BlackSoda, formada por elementos pós-punk, rockabilly e indie, trouxe no seu repertório faixas do álbum de mesmo nome da banda, e covers, como Secos e Molhados. Em seguida foi a vez da B.U. (projeto dos integrantes do Devotos, Cannibal e Celo) que por meio do trabalho paralelo conseguiu mostrar um lado mais sentimental, com influências de Legião Urbana e The Cure.

Quando já se passava das 2h da manhã, a banda mais nova do festival, Gelo Baiano entrou no palco. Formada por quatro jovens, eles trouxeram no repertório músicas autorais com alguns covers e releituras, entre eles Los Hermanos. Os intervalos foram acompanhados pelo DJ Testah que misturou clássicos do rock com músicas indies mais atuais. Já a banda Black Dreams precisou cancelar a apresentação devido a um problema familiar de um dos integrantes.

Além do show cancelado, o festival teve que lidar com a quantidade pequena de pessoas no local e problemas técnicos de sonoridade que não favoreceram as bandas, que precisaram se adaptar em alguns momentos. O público foi participativo e interagiu positivamente com as atrações.

Segundo o produtor Kelmer Luciano, manter um festival com bandas independentes no Recife é muito difícil, mas ele acredita que o evento tenha sido uma oportunidade para as atrações mostrarem o seu trabalho. “De certa forma foi interessante para que as bandas, que estavam há um tempo sem tocar, voltassem a pisar no palco e também para que as mais novas amolassem as lâminas e tivessem esse contato com o público”, justificou.