A arte dramática, ainda que seja usada como suporte para massificação em novelas e seriados de tevê, não ganha a mesma reverência e o interesse que outras formas de expressão artística. Em tempos de “pós” e “contemporaneidades”, ainda é compelida a idéia de que o espaço cênico funciona como um Olimpo, um ambiente sacrossanto reservado a intelectuais. Difícil é provar que o teatro também pode servir de um espelho que pode refletir nossas angústias, alegrias, incertezas, sensações mais remotas e ainda assim ser pop.
Para quebrar esse distanciamento generalizado, o Festival do Teatro Brasileiro – Cena Baiana, que ocupou os palcos do Recife entre os fins de maio e até meados de junho, mobilizou o público em sua primeira edição em Pernambuco (sétima no País). Injetou fôlego, incitou a massa crítica, fez o intercâmbio de experiências, evidenciou novas tendências, atestou uma qualidade na seleção de espetáculos, no geral, muito boa e, claro, mostrou o que é que a Bahia tem. Foram, ao todo, 20 apresentações de teatro e dança (sendo sete espetáculos), mostra de cinema baiano independente, oficinas e apresentações musicais de Naná Vasconcelos e Virgínia Rodrigues.
Houve espetáculos de perfil popular, com toque um pouco de clichê (Ó paí, ó e R$ 1,99), abstratos e de linguagem mais inovadora (Chuá e Batata) e aqueles que tocaram o público mais de perto (Estrelas do Orinoco). Mas, de uma maneira geral, as peças enfatizaram uma porção criativa e renovada do teatro brasileiro em busca de uma expressão universal ligada à vivência e à cultura nacional.
O Grito! esteve acompanhando os passos do festival, que se encerrou semana passada, e diz o que houve de melhor e não tão bom assim alguns entre os espetáculos. Para todos vocês, boa leitura!
CRÍTICAS
R$ 1,99
ESTRELAS DO ORINOCO
DEUS DANADO
Ó PAÍ, Ó
SHOPPING AND FUCKING
AROEIRA