Cobertura: Conexão Vivo em Belém

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Foto: Renato Reis/Divulgação.
Foto: Renato Reis/Divulgação.
Foto: Renato Reis/Divulgação.

Conexão Vivo vai ao Pará buscar sons da Amazônia

Desde que o Calypso estourou, Belém não ganha uma ebulição na cena local suficiente para sair das fronteiras do Pará. Resultado das conexões entre ritmos tradicionais e uma forte indústria de música eletrônica, a cidade tem audiência para bandas novas em diversas casas de médio porte. Desse novo panorama, o maior nome é Gabi Amarantos, cantora paraense de tecno-brega que começa a ganhar projeção no País.

Ela foi a principal atração do Conexão Vivo, que terminou no último domingo (13), no Píer das Onze Janelas, na capital paraense. Diva das aparelhagens, ícone da explosão do tecno-brega, ela desfilou no sábado hits do batidão e músicas de seu disco ainda inédito, como Beba, doida. Na população de cantoras desse ritmo, Gabi dá um passo à frente por ter recebido a bênção de públicos mais alternativos.

A carioca Nina Becker a convidou para dividir uma música em seu show ontem. Chamada de “Beyoncé do Pará’, Gabi condensa as referências kitsch do gênero, como dançarinos em tecido lamê, com um apurado conhecimento do pop internacional. “Sou a Lady Gaga ribeirinha”, disse no palco. Também parece conhecer as engrenagens e macetes do mercado musical. Por toda essa dedicação, é nome forte para estourar. Seu primeiro álbum fora do circuito das carrocinhas de CD pirata, será produzido por Kassim, Carlos Eduardo Miranda e Berna Ceppa.

Ainda no mote desse desbravamento, o Floresta Sonora fez um batidão com guitarras que chamam atenção pela capacidade de explorar ritmos regionais sem apelo antropológico. Com a intenção de simplesmente soar divertido, o show teve participações especiais como os mestres do Metaleiras da Amazônia, na sexta. Nesses três dias, ainda teve espaço para os olindeses do Eddie, que encerraram o domingo e a banda carioca Do Amor.

Criado há dez anos em Minas Gerais, o festival circulou por Bahia, Espírito Santo e Pernambuco e pela primeira vez foi ao Pará.

* O jornalista viajou a convite da organização do festival