Cobertura: Baile dos Artistas @ Clube Português

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PLUMAS, PAETÊS E UNS TAPAS
34 º Baile dos Artistas dá início ao Carnaval Pernambucano com a tradicional “irreverência do Carnaval Pernambucano”

Por Fernando de Albuquerque (texto e fotos)

Bem, vamos começar pelo que realmente interessa, a truculência com que a equipe de apoio do Baile dos Artistas tratou pessoas assumidamente gays na festa: na base da tapa. O motivo alegado para agir de tal forma? “Eles estão fazendo pegação”, disse um dos membros da equipe que comandou a postura de tolerância zero na festa que marca o início da tradicionalíssima (e já um pouco cansativa) “irreverência do Carnaval Pernambucano”.

Perdeu-se um pouco a noção do que realmente é motivo para punição. Bater em pessoas não é uma penalidade prevista na constituição brasileira e, para bem ou para o mal, “dar surra” é crime. Por mais indevida que fosse a postura dos rapazes dentro do baile que estavam fazendo “pegação” – como se no mundo hétero isso fosse algo jamais praticado em festas muito pouco católicas.

Preconceitos e posturas equivocadas à parte, o baile foi bem animado. Salário Mínimo, bee conhecida na cidade, foi quem levou o primeiro lugar na categoria melhor fantasia. Ela foi fantasiada de Gretchen e levou uma mesa repleta de alho, salsinha, vinagrete e outros insumos básicos fazendo referência à temporada que a musa do rebolado passou nos EUA trabalhando em uma lanchonete. A “Gretchen Garçonete” levou o primeiro lugar, provando o que realmente faz fama, notícias internéticas. O segundo e o terceiro colocado ficaram para Amy Winehouse no Brasil e “Bicho Macedo” respectivamente, este último uma tiração de onda com o Bispo Macêdo.

A falta de criatividade das fantasias foi recompensada com a pouca roupa dos participantes. Uma miríade de rapazes de sunga e com as malas prontas fizeram a festas daqueles mais comportados. Foi uma chuva de anjinhos, diabinhos e os que usavam sunga por sunga mesmo, só para fazer uma bossa e arrancar patoladas descompromissadas.

No mais o Baile foi o de sempre: uma ode ao parangolé visual, rapazes muito ousados, fantasias nem um pouco católicas, beijaços pouco discretos, muito animação, homenagens à pessoas pouco importantes e por vai. Por mais, é esperar o próximo ano para se divertir loucamente mais uma vez.

bailebanheiro
Equipe de apoio do Baile no momento estraga-prazeres (literalmente)