A Cia de Dança Daruê Malungo apresenta “Agbará Obirin“. A montagem reúne a força, a potência e a energia das danças negras enraizadas na corporeidade africana e afro-diaspórica construídas pela longa trajetória do grupo. No palco, oito mulheres dançam em cinco atos fundamentais, ligados aos elementos naturais e à energia que move, constrói e cria o mundo pelo feminino negro. O público poderá conferir as apresentações nos dias 07 e 08 de março , no Teatro Apolo (na programação do Festival Rosa dos Ventres), e nos dias, 13 e 14 de março, no Teatro Fernando Santa Cruz (Olinda), sempre às 19h.
Agbára (poder) Obirin (mulher/feminino). É partindo desse lugar que a companhia de dança direciona sua poética, estética e movimento partindo das experiências práticas e pesquisas motoras, realizadas desde 2001. No espetáculo, com coreografia de Obailê Santana, o grupo traz a força e a potência de seu “balé de pé no chão” enraizado na corporeidade africana e afrodiaspórica.
Assim, a montagem propõe questionamentos: como mulheres negras vêem e são vistas em sua relação com seu corpo nas periferias do Recife? Que lugares acessam e são acessadas? Para além do que a violência já traz nessas relações, como acessar pela dança ancestral, de matriz e motriz africana, a força destas mulheres fortes?
As relações trazidas para “Agbará Obirin” estão conectadas aos elementos ar, água, fogo e terra. Cada um deles ligado a uma energia motora e associada às danças tradicionais ou a princípios presentes em danças africanas e diásporas. O grupo também traz a mulher como o quinto elemento, este ligado à ancestralidade do agora, das figuras de poder feminino, ao útero do mundo.
Iemanjá, Oxum, Yansã, Obá e Ewá, as Yabás do candomblé dão imagem, cor e caminhos à montagem como energias-guias de Agbára Obirin. E ela não se limita a dançar para as Yabás, mas dança as mulheres por elas e para elas mesmas, através de suas próprias histórias e caminhos, saudando, honrando e mostrando suas fragilidades, mas principalmente sua força.
Como ponto alto do espetáculo, Vilma Carijós, mãe, mulher, artista e figura importante na história do Daruê Malungo, volta para o palco, não apenas para dançar, mas para evocar o seu lugar de destaque na vida de todas as mulheres que passaram por esta companhia. “Eu vou voltar a dançar, a criar como sempre fiz. Eu quero estar junto de Obailê, pois será um novo encontro entre nós, na cena”, explica Vilma.
E, para realizar este feito, Obailê convida seu irmão e diretor artístico Orun Santana, que através da pedagogia do Daruê Malungo e de sua experiência como criador, aporta seu conhecimento e técnicas de dança como diretor geral na montagem deste espetáculo.
A montagem do espetáculo Agbará Obirin pela Cia de Dança Daruê Malungo conta com Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura/PE), da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), do Governo do Estado de Pernambuco. Há uma cota de convites gratuitos para Organizações da Sociedade Civil que atuam com a cultura, com agendamento pelo telefone (81) 9236-3777.
Agbará Obirin
1ª Sessão
Data: 07/03 e 08/03
Horário: 19h
Onde: Teatro Apolo (na programação do Festival Rosa dos Ventres)
Entrada: na bilheteria do teatro, de acordo com a tabela de valores do festival
2ª Sessão
Data: 13/03 e 14/03
Horário: 19h
Onde: Teatro Fernando Santa Cruz (Mercado Eufrásio Barbosa, Varadouro, Olinda)
Entrada: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada). Gratuito para ONGs mediante solicitação prévia pelo telefone (81) 9236-3777