Simulacro de China vai de Chico Buarque a Sheik Tosado
CHINA
Simulacro
[Candeeiro, 2007]
Simulacro é o título do novo trabalho de China. Após o lançamento de Um Só (2003), o ex-líder do Sheik Tosado, que partiu em carreira solo, abandonando o grupo e o bairro do Bairro Novo, Olinda, assina uma obra produzida pelo baterista Pupillo (Nação Zumbi).O álbum traz ainda participações de peso, reunindo nomes da cena pernambucana: Vicente Machado (Mombojó) e Rafael B (Bonsucesso Samba Clube).
As canções de Roberto Carlos embalam muitas faixas, dando uma textura setentista. Entretanto, China arrisca e acerta nos toques futuristas. O disco é eclético. As batidas passam desde o projeto Del Rey, do qual China interpreta canções do Rei com o arranjo da banda Mombojó, chegando ao Chico Buarque e Otto.
Sob o selo da Candeeiro Records, o segundo disco do cantor também vem com músicas de sua autoria. Inclusive, todas têm a participação de China. As parcerias são com Hugo Gila e Bruno Ximaru, que também compõem a maioria das faixas.
China não deixa de lado o começo da carreira. Há indícios de Fred 04 e o Mundo Livre S/A. Sheik Tosado, banda com a qual regravou o clássico “Samba e Amor”, se expressa na harmonia e através da preocupação estética: os sons se respondem como se estivessem numa sinfonia buarqueana. Os ruídos, a sopro da guitarra e a batida da bateria parecem obedecer a uma sincronização.
Produzido pelo amigo Pupillo, o disco acertou no passo, mostrando não só o simulacro de China, mas o contexto que o formou. Sem dúvidas, uma obra que agrega experiência e influência, indo desde Sheik Tosado até Chico Buarque. [Rêmulo Caminha]
Nota: 8,0