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Foto: Felipe Sousa/Divulgação.

“Casa Coração” confirma Joyce Alane como voz promissora do forró contemporâneo

Em disco com participações de Chico César, Zeca Baleiro e Lucy Alves, cantora pernambucana revisita clássicos do forró com leveza

“Casa Coração” confirma Joyce Alane como voz promissora do forró contemporâneo
3.5

Joyce Alane
Casa Coração

Independente, 2025. Gênero: Forró

Em Casa Coração, a cantora e compositora pernambucana Joyce Alane abre as portas de sua memória afetiva para o público, oferecendo um trabalho que é, ao mesmo tempo, homenagem e renovação do forró tradicional. Lançado no dia 24 de abril, o projeto reúne seis releituras de clássicos do gênero nordestino e uma faixa inédita, apresentando uma leitura pessoal, sensível e respeitosa da música que embala os festejos juninos há gerações.

O disco é marcado por colaborações que conferem ainda mais força à proposta. Zeca Baleiro, Chico César, Dorgival Dantas, Mariana Aydar, Lucy Alves, Santanna O Cantador e Petrúcio Amorim unem suas vozes à de Joyce em duetos que resgatam o espírito coletivo do São João. Mas o destaque vai além da lista de convidados: é na voz da própria artista que o projeto encontra seu eixo mais potente. Com timbre doce e expressivo, Joyce nos conduz por caminhos conhecidos com frescor, como na interpretação de “Todo tempo é pouco pra te amar”, ao lado de Mariana Aydar (faixa que sintetiza bem o tom afetuoso do álbum).

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Foto: Felipe Sousa/Divulgação.

Casa Coração se estabelece como um gesto artístico carregado de intencionalidade. A única faixa inédita do projeto surge como extensão natural desse movimento, sinalizando que a artista não apenas reverencia a herança do forró, mas também pretende contribuir para o seu futuro.

O disco surge no contexto das celebrações juninas, mas ultrapassa o calendário. Em tempos em que o forró ganha releituras cada vez mais voltadas ao mercado e ao apelo comercial, Joyce Alane oferece uma alternativa centrada no afeto e na escuta atenta.

Casa Coração é, como define a própria artista, um acalanto, e também um manifesto delicado sobre pertencimento, memória e continuidade. Joyce Alane ainda está em ascensão, mas este trabalho já a posiciona como uma voz que merece atenção. Há, sem dúvida, um futuro promissor sendo desenhado aqui.

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