Burrama abriu suas atividades com a chamada de elenco e das oficinas para a realização do filme. O média-metragem, que tem lançamento previsto para o ano de 2024, é de classificação livre, com 30 minutos de duração e foco no público infanto-juvenil. O objetivo do documentário ficcional é resgatar e trazer um fortalecimento da cultura afro-brasileira para a comunidade Quilombola Onze Negras, situada no Cabo de Santo Agostinho.
A partir deste mês de abril, Burrama também traz oficinas formativas de artes para a produção do filme, com todas elas voltadas para as crianças que são parte do elenco e da comunidade Quilombola Onze Negras. As ações de formação têm como propósito ampliar ações de sustentabilidade na cultura, no meio ambiente e na economia local.
Em fase de preparação para virar filme, a primeira etapa do projeto consistiu em buscar crianças para integrar o elenco. Burrama conta com o incentivo da Fundarpe por meio do edital Funcultura Audiovisual 2021/2022. Gil Paz é o diretor, roteirista e ator do filme e Cora Fagundes atua como produtora executiva, roteirista e atriz.
“O enredo explora a descoberta de histórias da comunidade, a origem e os conhecimentos dos antepassados sobre o ser quilombola, por meio do olhar e da perspectiva das crianças de maneira lúdica, didática com os recursos de contação de história e também documental com entrevistas de moradores e moradoras da comunidade local”, explica Cora Fagundes.
Ao todo, 13 pessoas foram selecionadas para o elenco após a realização do chamamento. A lista, divulgada oficialmente no dia 5 de abril, reúne Ana Vitória Nascimento da Silva, Corine Santos Fagundes Pereira, Elenita Ramos da Costa, Estefany França dos Santos, Evânia Copino da Silva Santana, Gilson Paz da Silva, Gizélia Ramos da Silva, Helena Marielle Santos Paz, Hoton Esteves Matias da Silva, José Pedro da Silva Monte, Letícia Beatriz dos Santos Batista, Maria José de Fátima da Silva Barros e Manoel José dos Santos.
Burrama valoriza e dá prioridade a talentos quilombolas, seja do Quilombo Onze Negras ou de outros quilombos pernambucanos. Dentro da realização do projeto está o poder da fala por meio de depoimentos das quilombolas do movimento Onze Negras, das moradoras e dos moradores da comunidade local para registrar e documentar a história.
“Nós, em diáspora, acreditamos na filosofia africana de que o futuro é ancestral e esse é o ponto de partida do enredo em que o protagonista rememora o próprio passado que mescla com realidade e imaginação para fazer o resgate da identidade da comunidade e transmiti-la às crianças. Além disso, direcionamos o olhar das pessoas sobre a visão de mundo, cultura e relação com a terra que há na comunidade, para que o público repense comportamentos e conceitos em relação ao povo preto, e também que ações que visem a sustentabilidade são possíveis e assertivas, uma vez que em Burrama o lixo vira produção de arte”, pontua Gil Paz.
Oficinas
As formações começaram no último sábado, 13 de abril, com as oficinas “Afrorecicle” e “Dramaturgias de autorreferência” ministradas por Salamandra e Lucas Oliveira, nos dias 12, 20 e 27 de abril, concluindo no dia 4 de maio. Os encontros ocorrem na Associação dos Moradores Onze Negras, no Cabo de Santo Agostinho. A abertura foi com a “Afrorecicle” e aconteceu em seguida a “Dramaturgias de autorreferência”.
Confira as datas das oficinas
– Afrorecicle – Salamandra – Datas: 13, 20, 27 de abril e 04 de maio – 13h ás 16h
– Dramaturgias de autorreferência – Lucas Oliveira – Datas: 13, 20, 27 de abril e 04 de maio – 16h30 às 18h
– Biopercussão – Siba Carvalho – Datas: 11, 18, 25 de maio e 01 de junho – horário a definir
– Percussão – Francinha – Datas: 08, 15 e 29 de junho – horário a definir
– Danças afrodiaspóricas e regionais – Giza Ramos – Datas: 06, 13, 20 e 27 de julho – horário a definir
– Ver-se em telas: oficina de fotografia e audiovisual pelo celular – Barretinho – Datas: 03, 10, 17 e 24 de agosto – horário a definir