Besouro Azul
Angel Manuel Soto
México e EUA, 2023, 2h07, 12 anos. Distribuição: Warner Bros. Pictures
Com Xolo Maridueña, Bruna Marquezine e Susan Sarandon
Em cartaz nos cinemas
Besouro Azul chega aos cinemas nesta quinta-feira (17) como o primeiro super-herói latino da DC Comics a ganhar uma adaptação para as telonas. Com direção de Angel Manuel Soto e roteiro de Gareth Dunnet-Alcocer, o filme entrega mais do mesmo dentre as produções do gênero, mas alcança algum brilho próprio pelas boas doses de latinidade que traz e pelo elenco que esbanja carisma.
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Nessa história, Xolo Maridueña dá vida o recém-formado Jaime Reyes que retorna para casa repleto de expectativas, mas logo se vê sem maiores perspectivas profissionais quando encontra uma Palmera City gentrificada e dominada pelo capital das Indústrias Kord. Até que um dia chega às suas mãos o Escaravelho, uma antiga biotecnologia alienígena, que o escolhe como hospedeiro simbiótico, dando ao jovem poderes excepcionais.
Enquanto isso, Victoria Kord (Susan Sarandon), a CEO por trás da empresa, assume o papel da vilã que fará de tudo para conquistar o artefato. Na mesma medida que ganha uma inimiga, porém, Jaime encontra uma aliada: Jenny Kord (Bruna Marquezine), a sobrinha de Victoria insatisfeita com os rumos que a tia deu à empresa que um dia foi de seu pai.
Tudo no enredo soa como uma fórmula saturada dentro um gênero que parece já estar esgotado, mas Besouro Azul consegue encontrar algum batimento cardíaco próprio na grande e calorosa família Reyes que se envolve do início ao fim na jornada de autodescoberta do herói. Isso por si só distingue o filme de franquias já consolidadas como o Homem-Aranha da Marvel ou o próprio Shazam! da DC, cuja descoberta dos superpoderes envolve inicialmente esconder o segredo da família.
É essa abordagem que preenche o filme com personagens tão familiares, interpretados por um elenco extremamente carismático. Seja por uma irmã teimosa, mas sempre muito companheira; uma mãe de coração sempre aberto; uma avó divertida com um passado guerrilheiro; um pai compreensivo e que sempre oferece apoio; e um tio hilário, destemido e fã de Chapolin. Além disso, as atuações e interações de Maridueña e Marquezine estão cativantes e a atriz brasileira se revela uma surpresa, no melhor sentido da palavra.
Mas Besouro Azul não vai além disso. O roteiro frequentemente recicla fórmulas e entrelaça diversas referências distintas, criando, inclusive, uma constante sensação de déjà-vu. O que o destaca é a forma como captura a verdadeira essência de como um filme de super-herói se desenrolaria dentro da realidade de uma comunidade latina, o que provoca o riso fácil e cria aquela sensação gostosa como se estivéssemos entre família.