Os Beatles sempre foram relacionados à revolução na música pop. São tidos como responsáveis pela revitalização do rock’n’ roll e são lembrados pela sofisticação que trouxeram às letras.
Agora, um estudo polêmico de duas universidades britânicas vem para dismistificar as ideias sobre o fab four: eles não revolucionaram e apenas seguiram tendências que já estavam em movimento no Ocidente.
Segundo os pesquisadores da Queen Mary University e do Imperial College London, o impacto dos Beatles e outros grupos da chamada Invasão Britânica, como os Rolling Stones, foi menor que outro gênero, este sim mais revolucionário: o hip hop.
O grupo de estudiosos fez uma análise de dados obtidos de paradas de sucessos nos EUA de 1960 até 2010. Eles também aferiram mudanças nos acordes e nos timbres do som. O site Last.FM também foi usado como fonte de pesquisa. O som proposto pelos Beatles e outros grupos, concluíram, já estava estabelecido no pop mainstream.
A explosão do hip hop, nos anos 1990, trouxe transformações mais relevantes na música pop. O rap introduziu inovações com a chegada de sonoridades nunca antes vista nas paradas. Segundo os acadêmicos, o hip hop reinventou a música como conhecíamos até então e influenciaram os demais gêneros.
“Pela primeira vez foi possível medir as propriedades musicais em larga escala. Podemos ir além do que os experts em música nos dizem ou o que sabemos sobre determinada música, apenas analisando as música, vendo como mudaram”, disse ao The Guardian, Matthias Mauch, da Queen Mary University.
A pesquisa polêmica já foi criticada por um dos maiores especialistas nos Beatles no mundo, o professor Mike Brocken. “Não podemos medir a música popular. E a recepção, a economia e as subculturas? A semiótica nesse assunto é mais importante do que mudanças de acordes”, disse. Brocken é o criador do primeiro curso de pós-graduação especializado no quarteto britânico. [Via TheGuardian]