Bandidas por acaso: Irmandade expõe protagonismo feminino no crime

Doisirmãos
BROTHERHOOD

A nova série brasileira da Netflix, Irmandade, dirigida por Pedro Morelli, poderia ser apenas mais uma série sobre o desenvolvimento de uma facção criminosa dentro de uma penitenciária no Brasil, tema muito atual e com recentes episódios de violência. A trama se passa na década de 1990, o contexto de surgimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo, fevereiro de 1994. No entanto, a obra se destaca justamente por não se preocupar em apresentar um histórico preciso do surgimento dessas organizações, tema que ainda deve merecer algo à altura, mas por destacar o papel das mulheres dentro desses episódios e sua participação no crime. O acento carioquíssimo de Seu Jorge quase atrapalha, mas a atriz Naruna Costa, a Cristina, de Taboão da Serra, São Paulo, e o goiano Lee Taylor, o Ivan, não deixam esse aspecto predominar. Essa é uma história que não se passa numa favela carioca.