Argo foi o melhor filme do Oscar este ano. Jack Nicholson subiu ao palco para apresentar os indicados e contou com a ajuda da primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, direto da Casa Branca. O longa causou controvérsia na Academia, pois o diretor Ben Affleck foi esquecido em sua categoria. Mas, após vencer premiações como Globo de Ouro e sindicatos dos produtores e diretores, foi crescendo como favorito. Ao todo foram mais de 50 vitórias.
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As Aventuras de Pi chegou um tanto desacreditada ao Oscar, mas acabou surpreendendo com quatro prêmios, incluindo melhor diretor. O filme de Ang Lee não entrou na maioria das apostas da imprensa especializada (com exceção de trilha sonora e efeitos especiais, em que venceu ambos).
Na categoria melhor atriz, Jennifer Lawrence, favorita, venceu por O Lado Bom da Vida. Ao deixar de premiar Emmanuelle Riva por Amor, o Oscar fez mais uma injustiça para o seu currículo ao ignorar uma das melhores interpretações do ano passado. Em ator, nenhuma surpresa: Daniel Day-Lewis ganhou com a xerox que fez em Lincoln.
Melhor ator coadjuvante foi para Christoph Waltz por Django Livre, desbancando favoritos Tommy Lee Jones e Robert De Niro. Atriz coadjuvante foi para Anne Hathaway por Os Miseráveis, como era esperado. Ela venceu praticamente todos os troféus nesta categoria na temporada.
Quentin Tarantino levou o prêmio de melhor roteiro original por Django Livre, pelo qual era favorito. Chris Terrio, por Argo, venceu roteiro adaptado.
Um empate raro
Entre os prêmios técnicos, a maior surpresa este ano foi o empate para efeitos sonoros, divididos por A Hora Mais Escura e 007 – Operação Skyfall. A última vez que isto aconteceu foi em 1969 quando Barbra Streisand e Katherine Hepburn venceram como melhor atriz. As Aventuras de Pi ganhou melhor efeitos especiais, trilha sonora e fotografia. E Argo ficou com montagem. Lincoln, que não era favorito ganhou por melhor design de produção.
Musicais
A cantora Shirley Bassey quebrou a monotonia e piadas um tanto sem graça do início do Oscar ao cantar o tema de Goldfinger, o terceiro longa de 007. A noite fez uma homenagem aos 50 anos de James Bond no cinema
Os musicais da última década também tiveram vez. Catherine Zeta-Jones, estrela do premiado Chicago dublou cantou “All That Jazz” e Jennifer Hudson, de Dreamgirls, interpretou a canção que ela canta no longa. Os Miseráveis, musical mais indicado este ano, claro, teve vez. O elenco subiu ao palco para interpretar “Suddenly” e “I Dreamed A Dream”, incluindo Russell Crowe, que se esgoelou para cantar como no filme.
Barbra Streisand foi a surpresa na hora em que se anunciaram os artistas e técnicos que morreram no ano passado. Ela apareceu ao final do tradicional clipe do “in memorian” para cantar “Memories”.
Mas, foi Adele, com “Skyfall” que chamou atenção. Apresentação mais aguardada, ela começou um tanto nervosa, mas cresceu ao final da faixa. Estava com um vestido que pesava “uns 15 quilos” como ela disse durante o tapete vermelho.
Nada jovem, de novo
Um show mais jovem e descontraído foi bastante alardeado pelos produtores este ano, mas vimos o contrário esta noite. Teve até Barbra Streisand cantando o clássico “Memories”, além de uma programação engessada, que tornou a premiação longa como sempre foi.
Além disso, a escolha de jograis com o elenco de Os Miseráveis tornou tudo monótono. No meio disso, tivemos Seth McFarlane soltando piadas xenófobas (“não entendemos nada do que as latinas falam, mas achamos todas atraentes”) ou constrangendo, quando disse que Jean Dujardin sumiu do mapa após vencer como melhor ator ano passado. O apresentador também não conseguiu empolgar com a abertura, fazendo pequenos números de dança e uma canção em que cita os peitos de atrizes em filmes. Egocêntrico.
Quem chamou atenção mesmo foi a própria Academia, afinal, ao surpreender dando prêmios para zebras, ignorando favoritos. Foi o caso de Chistoph Waltz como melhor ator coadjuvante, animação para Valente (e não Detona Ralph, como esperado) e Ang Lee (detonando Steven Spielberg). Com algumas renovações, a Academia mostra um desejo de inovação, mas o show ainda parece estar com crise de identidade.
Os vencedores deste ano
Melhor filme – Argo
Diretor – Ang Lee
Ator – Daniel Day-Lewis
Atriz – Jennifer Lawrence
Ator Coadjuvante – Christoph Waltz (Django Livre)
Atriz Coadjuvante – Anne Hathaway
Roteiro Original – Quentin Tarantino – Django Livre
Roteiro Adaptado – Chris Terrio – Argo
Fotografia – Aventuras de Pi
Montagem – Argo
Design de produção – Lincoln
Figurino – Anna Karenina
Maquiagem – Os Miseráveis
Trilha – As Aventuras de Pi
Canção – Adele, “Skyfall”
Mixagem de som – Os Miseráveis
Efeitos Sonoros – A Hora Mais Escura e 007 – Operação Skyfall
Efeitos Visuais – As Aventuras de Pi
Filme estrangeiro – Amor
Animação – Valente
Documentário – Searching For Sugar Man
Curta-documentário – Inocente
Curta-metragem – Curfew
Curta de animação – Paperman