“Ara Iranti” fundamenta formação em danças negras e tecnologias ancestrais no Kilombo Malungo

A programação com atividades gratuitas marcaram a culminância da oficina “Artes Cênicas Experiências Corporais Negras, Movimento e Encenação”

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Foto: Divulgação.

O Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, localizado na comunidade de Chão de Estrelas, em Recife, sediou a culminância da pesquisa Ara Iranti, liderada pela pesquisadora e artista da dança Jamila Marques. Com o significado de “corpo memória” em yorubá, a pesquisa fundamentou a formação em danças negras e tecnologias ancestrais, como parte das atividades do projeto Kilombo Malungo.

A programação gratuita, aberta ao público de todas as idades, incluiu diversas atividades, destacando-se o aulão de danças afroindígenas, uma roda de conversa e uma instalação artística em dança e tecnologia.

Durante o aulão de danças, facilitado por Dandara Marques, Jaci Silva e Jamila Marques, foram apresentadas movimentações tradicionais de danças afro e caboclinho, com o intuito de potencializar as africanidades em tempos de exaustão na sociedade. Dandara destacou: “O objetivo é sempre levar formação artística para o público geral e para novas/novos artistas, assim como incentivar a cidadania e a inclusão social”.

A roda de conversa intitulada Corpo Memória: Visualidades entre Diáspora e Nigéria, facilitada por Renata Mesquita, abordou as memórias de uma mulher negra na Nigéria. Renata compartilhou sua experiência durante o Festival de Oxum e o Festival de Xangô, ressaltando a importância das tradições e celebrações que reverenciam os orixás.

A instalação Ara, conduzida por Sérgio Monteiro (Lelo), propôs uma reflexão sobre a interseção entre memórias, ancestralidade e tecnologia. Ara foi descrita como um convite para refletir sobre o ciclo de ação e reação, transformando o corpo em controlador ativo da narrativa visual.

Além das atividades práticas, o evento contou com um momento de Ajeum, um ritual de alimentação que simboliza a união da comunidade. Jamila Marques acrescentou: ““As atividades foram formativas e educativas, contribuindo para as potencialidades do corpo negro, memória, identidades e ancestralidade”.

A pesquisa Ara Iranti se baseia na dissertação de mestrado em Educação de Jamila Marques e tem como objetivo explorar as memórias afetivas, genealógicas e territoriais de famílias negras. A culminância do projeto teve a colaboração de diversas artistas, estudantes e profissionais, e foi organizada com o apoio de emendas parlamentares do deputado estadual João Paulo (PT), além de parcerias com Criativo Soluções, Meia Noite Produções, Semente Coração e Coletivo Criativo Gambiarra.