O nome do segundo álbum da cantora e compositora carioca Antonia Medeiros resume um pouco da sua trajetória e do seu amor pela música: “Operária da Canção”, com produção musical de Gabriel Quinto, será lançado dia 4 de julho de 2024, com sete faixas autorais inéditas, repletas de ritmos brasileiros como baião, samba e samba-rock, alinhadas em letras que trazem o bom humor e a sutileza característicos do seu trabalho, mas também canções densas e de desabafo, mostrando o amadurecimento da artista de 27 anos, aclamada nas redes sociais, com uma legião de mais de 1 milhão de seguidores.
Os feats de “Operária da Canção” são uma atração à parte. A canção que dá título ao álbum, já lançada previamente como single, tem a luxuosa participação de uma das maiores referências de Antonia, Zélia Duncan. E na música “Será”, ela divide os vocais com outro grande talento, Juliana Linhares.
“Quis apresentar um álbum com uma variedade estilística e linguística. Tem muitos ritmos brasileiros, de formas diversas, dentro dessa grande mãe que é a MPB. É um álbum que reflete o meu atual momento musical”, afirma.
Em sua canção mais ouvida, “Salve Todas”, lançada em 2022, e que soma cerca de 5 milhões de execuções, Antonia cita nomes de mulheres que a inspiram. Uma delas é Zélia Duncan que, ao receber o convite para cantar com a artista em “Operária da Canção”, se identificou imediatamente com o tema da música: os altos e baixos da vida do artista independente, cantados com sarcasmo e bom humor.
“É um prazer e uma honra ter uma artista como a Zélia, que eu sempre admirei, cantando uma música minha, no meu disco! São as minhas palavras, meus acordes, minhas notas! E eu sempre quis compor algo que falasse sobre a minha experiência, pois apesar de vivermos num país muito cultural, o nosso meio é bastante precarizado. A música é quase um papo reto para aqueles que, algum dia, me propuseram permuta”, brinca Antonia, que é filha da harpista Cristina Braga e do músico Ricardo Medeiros.
Já ao lado de Juliana Linhares, ela apresenta a faixa “Será”, uma canção densa, de protesto, e que ganhou vida quando Antonia se sentiu atravessada por notícias sobre estupro, além do impactante caso de uma jovem de 11 anos que engravidou ao ser violentada e que foi coagida a desistir do aborto por uma juíza.
“Como mulher, artista e compositora, não tem como isso não me afetar. E convidei a Juliana para gravar, não apenas por considerá-la a melhor cantora da nova geração, mas também por sentir que ela carrega a técnica e a carga emocional necessária para essa letra. A Juliana canta com a alma e interpretou cada palavra com muita verdade”, afirma.