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Ana Paula Maia. Foto: Marcelo Correa / Divulgação.

“Búfalos Selvagens”: Ana Paula Maia mistura horror psicológico e thriller policial em conclusão de trilogia

Novo livro conclui a saga de Edgar Wilson, abordando temas como sobrevivência, moralidade e a busca por sentido em um cenário devastado

A escritora Ana Paula Maia acaba de lançar Búfalos Selvagens, o terceiro e último volume da Trilogia do Fim. Publicada pela Companhia das Letras, a série inclui Enterre Seus Mortos e De Cada Quinhentos Uma Alma, e traz novamente o protagonista Edgar Wilson em uma trama que mistura elementos de romance policial, horror e investigação psicológica.

Em Búfalos Selvagens, Edgar Wilson retorna ao Matadouro do Milo após uma catástrofe que quase erradicou a humanidade. Junto com seus companheiros Bronco Gil e o ex-padre Tomás, Edgar se envolve em uma conspiração de assassinato ligada ao Circo das Revelações. Rosário, esposa de Edgar, agora comanda o matadouro, e o grupo passa a cuidar de um rebanho de búfalos enquanto lida com as consequências de um mundo devastado.

A trama se intensifica quando Edgar encontra o corpo de um palhaço à beira da estrada, iniciando uma investigação sobre as atividades do Circo das Revelações. A figura central do circo é Azalea, uma vidente necromante que parece habitar a fronteira entre vida e morte, passado e futuro.

A trilogia começou com Enterre Seus Mortos, onde Edgar Wilson trabalha recolhendo animais mortos em estradas e enfrenta dilemas morais ao tentar dar um fim digno aos cadáveres humanos que encontra. No segundo volume, De Cada Quinhentos Uma Alma, Edgar, Bronco Gil e o ex-padre Tomás navegam por um país em colapso, enfrentando situações extremas enquanto buscam sobreviver.

Ana Paula Maia, que cresceu em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, e reside em Curitiba desde 2015, reflete sobre a desesperança em um mundo pós-pandêmico, um tema presente em suas obras.

Ainda estamos no fim, apesar de muitos acreditarem que este passou. O fim é permanente, assim como a morte e a vida.

Búfalos Selvagens

“Eu acho que esse meu projeto literário começou já faz um tempo e a desesperança de um mundo pós-pandemia esteve lá sempre. É uma relação de irmandade, fraterna, de se ajudar. É algo que foi sendo construído e que desagua em Búfalos Selvagens, que segue em camadas mais profundas e questionamentos mais místicos”, comenta a autora.

O horror é um componente significativo na obra. Maia, fã do gênero, explica: “Esse lugar do sombrio me agrada muito. Eu sempre quis inserir estes elementos, mas nunca encontrava o lugar certo, a história certa, o viés correto. Até que em De Gados e Homens isso acontece, flui naturalmente”.

O circo desempenha um papel crucial na narrativa de Búfalos Selvagens. Ana Paula Maia revela que a inspiração veio de sua infância e de uma visita: “Pesou em mim essa questão de escrever sobre circo. Fui trabalhando, tocando a vida, mas eu lembrava muito do circo. No processo da escrita, eu fui pesquisando e fui entendendo como o circo estava atrelado ao matadouro. Ao longo da escrita da história, eu descobri que, no passado, o circo era um matadouro. Então, quando eu percebo isso, já na metade do livro, eu entendo que eu estava no caminho certo”.

Búfalos Selvagens conclui a Trilogia do Fim, abordando temas como a precariedade da vida e a busca por sentido em meio à devastação. O livro está disponível para no site da editora e também na Amazon e demais livrarias.

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