O álbum homônimo Gilberto Gil, originalmente lançado em 1969 e também conhecido pelo apelido Cérebro Eletrônico, ganhou uma reedição especial. A nova edição está disponível em vinil azul e pode ser adquirida através do site oficial da gravadora Universal.
O álbum, um marco na discografia de Gilberto Gil, é notável por sua fusão de rock, blues e psicodelia, refletindo sobre modernidade e futurismo. A produção, a cargo de Manoel Barenbein e com arranjos de Rogério Duprat, foi realizada em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro entre abril e maio de 1969. Na época, Gilberto Gil estava sob prisão domiciliar e proibido de realizar apresentações públicas após um breve período de encarceramento, incluindo uma semana em regime de solitária.
O LP inclui faixas destacadas como “Aquele Abraço”, que se tornou um dos maiores sucessos do país em 1969, e “Cérebro Eletrônico”, que continua relevante 55 anos depois. O álbum reflete uma influência do rock, evidenciada pelas intervenções do guitarrista Lanny Gordin, e pela presença de Wilson das Neves na bateria.
O disco foi produzido em um contexto histórico de grandes mudanças, como a conquista do espaço e o avanço dos computadores, expandindo o tropicalismo ao incorporar elementos de rock abrasivo, blues e psicodelia. Três das músicas foram compostas em condições adversas no quartel de Deodoro, incluindo “Cérebro Eletrônico”, “Futurível” e “Vitrines”.
Além dessas, o álbum apresenta “Volks-Volkswagen Blues”, que evoca memórias de passeios motorizados na Bahia, e “17 Légua e Meia”, um baião de Humberto Teixeira reinterpretado em blues-rock. A faixa “Aquele Abraço”, inspirada pelo impacto da saída da prisão e pela observação de uma cidade ainda festiva no pós-carnaval, foi lançada em compacto em agosto de 1969 e rapidamente se tornou um fenômeno cultural, influenciando publicidade, política e mídia.
Turnê de despedida
Gilberto Gil divulga neste momento sua turnê de despedida, que rodará todo o país e também o exterior. Batizada de “Tempo Rei”, os shows começam em Salvador, terra natal de Gil, em março do próximo ano, e se encerra no Recife, em novembro. A direção artística é de Rafael Dragaud, enquanto a direção de musical é assinada por Bem Gil e José Gil.
