O escritor e ativista ambiental Ailton Krenak é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele foi eleito nessa quinta-feira (5) com 23 votos, entrando para a história como o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL.
Também concorreram à vaga a historiadora Mary del Priore e o escritor indígena Daniel Munduruku, que obtiveram, respectivamente, 12 e quatro votos. A disputa foi pela cadeira de número 5, que pertenceu a José Murilo de Carvalho, falecido em agosto deste ano.
Para o presidente da ABL, Merval Pereira, Ailton Krenak é um poeta com “visão de mundo muito própria e apropriada para este momento, em que o mundo está preocupado com o meio ambiente, em que os povos originários lutam por seus direitos. Tudo isso está embutido na vitória de Krenak na Academia. É um indígena que trabalha com a cultura indígena, com a valorização da oralidade.”
O dia da posse do novo imortal, porém, ainda não foi definida. A escolha da data deverá ser combinada entre ele e a Academia Brasileira de Letras.
Nascido em 1953, na região do Vale do Rio Doce (MG), território do povo Krenak, Ailton Krenak é ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas. Organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia, contribuiu para a criação da União das Nações Indígenas (UNI) e exerceu papel determinante para a conquista dos direitos indígenas na Constituição de 1988.
Entre seus livros mais recentes, estão Ideias para Adiar o Fim do Mundo (2019), A Vida Não É Útil (2020), Futuro Ancestral (2022) e Lugares de Origem (2021). O último em coautoria com Yussef Campos.
Com informações da Agência Brasil.