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Foto: Gabriel Mesgo/Divulgação.

Ocupando a cidade: Golarrolê propõe festa aberta e gratuita em nova edição da Agridoce

Evento mistura música, arte e a ocupação urbana e traz Mirela Hazin, Pedro Afonso e outros artistas ao Recife Antigo

No último ano, as festas de rua no Recife têm ganhado novo fôlego, refletindo uma tendência crescente de revitalização e ocupação urbana. Neste sábado (24), a Golarrolê promove mais uma edição do Agridoce, evento que vem se consolidando para quem aprecia música e arte num rolê gratuito. A festa acontecerá na Rua do Observatório, no Recife Antigo, a partir das 17h, e terá como atrações artistas como Mirela Hazin, Pedro Afonso, Amun Há, Kai, Tereza Cristina, e Gaby Lima, entre outros.

Os ingressos gratuitos estão disponíveis para retirada pelo Sympla. Mais informações estão no perfil oficial do evento.

Fundada em 2006, a produtora Golarrolê tornou-se uma das principais referências da vida noturna no Recife, com festas e eventos que promovem diferentes estilos e propostas sonoras. Fazem parte do repertório rolês como o Brega Naite, Maledita (pop), Odara Odêsce (de música brasileira), Neon Rocks (indie-rock), entre vários outros, sem falar no Reveião de final de ano e as festas no Carnaval. Agridoce, o novo evento do selo, tem como diferencial sua experiência ao ar livre e gratuita.

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A produtora Allana Marques. (Foto: Gabriel Mesgo/Divulgação).

Allana Marques, integrante da equipe Golarrolê e uma das mentes por trás do evento, vê o Agridoce como uma extensão natural do trabalho que a produtora realiza há quase duas décadas no Recife Antigo. “A Gola existe há 18 anos e muito dessa história se passa no centro/Recife Antigo. Vimos e vivemos o auge, o declínio e viver essa retomada enche o peito de alegria. A noite do Recife é muito rica, continua jovem e hoje, mais diversa do que nunca”, diz.

“Vejo essa política de revitalizar o centro e transformá-lo em instrumento de cultura como algo de extrema importância, principalmente no atual cenário cultural da cidade, onde produtores, agitadores e artistas precisam de oportunidades. O Recife é da gente e vamos ocupar levando música e vida pela cidade. O rolê é muito aqui!”, destaca Allana.

O Agridoce, além de ser uma festa de rua, propõe-se a criar uma conexão entre música, arte e a ocupação urbana, alinhando-se ao objetivo do projeto Recentro, desenvolvido pela Prefeitura do Recife, com o objetivo de reabilitar o centro da cidade. Iniciativas como a Agridoce se somam a outras experiências, como a Reverse na Rua, da produtora de mesmo nome e a DIP na Rua, da Brota.

Sobre o diferencial das festas de rua organizadas pela Golarrolê, Allana aponta a qualidade e o cuidado na execução como pontos fortes. “A Agridoce contempla música e entretenimento como vários outros eventos de rua que acontecem na cidade, mas a diferença é encontrada na execução e no cuidado de alguns detalhes. A gente investe para que essa festa tenha a mesma qualidade, montagem, serviços, curadoria e segurança de uma festa fechada, com ingresso pago. É algo que já tá no DNA da Gola: manter esse padrão; e que acho que levaremos sempre em qualquer projeto que é abraçado pela produtora. E o público tem sentido isso, fico feliz”, afirma.

A organização do Agridoce surgiu de forma inesperada, mas se consolidou rapidamente como uma iniciativa relevante para a ocupação dos espaços públicos de Recife. “A Agri aconteceu, literalmente, do nada. A ideia inicial era ir pra Garanhuns, fazer um after da Gola, porque muita gente pedia há anos. Mas essa ideia só se materializou num ano em que encontramos muitas dificuldades com a logística e desistimos. No outro dia eu falei pra Carranca, que faz a produção da agri com a gente: ‘e se virasse uma festa de rua onde artistas pudessem ter mais oportunidades de mostrar seus trabalhos?’ Resolvemos as burocracias e levantamos duas edições seguidas em uma semana (um fim de semana após o outro). Foi um sucesso e estamos indo pra quinta edição, no período de um ano”, relembra Allana.

Para o futuro, a expectativa da Golarrolê é que eventos como o Agridoce inspirem outras iniciativas culturais a se apropriarem mais dos espaços urbanos. “Estamos presenciando o cancelamento de grandes eventos, festas, festivais, turnês importantes e muitas dificuldades no setor. Vejo uma saturação, e talvez seja o momento de parar, recalcular a rota, fazer novas conexões, conhecer novos espaços, formatos e artistas”, diz Allana. “Essa possibilidade de se integrar à cidade e ocupar diferentes espaços com o apoio do setor público promete ser uma ação renovadora e transformadora. Acho que um futuro bem diferente nos espera logo ali. Me sinto pronta”, conclui.

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