O poeta e escritor maranhense Ferreira Gullar morreu neste domingo (4), no Rio de Janeiro, aos 86 anos. Ele estava internado no Hospital Copa D’or em decorrência de problemas pulmonares causados por uma pneumonia. As informações são do O Globo.
Nascido José Ribamar Ferreira no dia 10 de setembro de 1930 em São Luís (MA), Gullar tornou-se um dos ícones da poesia no Brasil, tendo participado da criação de escolas como o concretismo e o neoconcretismo. Sua vida ficou muito marcada por sua militância política e defesa dos ideais progressistas. Lutou contra a ditadura civil-militar na década de 1970 e acabou se exilando por conta de sua ligação com o Partido Comunista.
Nas suas andanças no exílio morou na União Soviética, Argentina e Chile. Quando voltou ao Brasil foi preso, mas logo liberado. Até seus últimos dias nunca isentou-se em comentar a situação do País e foi bastante crítico à esquerda no poder desde os primeiros governos de Lula.
Entre seus livros mais famosos estão A Luta Corporal (1954), que o lançou no cenário nacional e Poema Sujo (1979), sua obra-prima que foi escrita durante seu exílio em Buenos Aires. Trata-se de um longo poema em cem páginas que foi publicado em vários idiomas. Em 2002 foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura e em 2014 eleito para a Academia Brasileira de Letras.
No ano passado a editora José Olympio lançou uma nova edição de Toda Poesia, que reúne a obra poética do autor. O livro tem 664 páginas e inclui o trabalho mais recente, Em Alguma Parte Alguma. Em janeiro deste ano o escritor fechou contrato com a Companhia das Letras para a reedição de toda a sua obra.