No Mês do Orgulho LGBTQIA+ vale a pena dar uma olhada nos autores e obras recentes que tratam do tema da diversidade. Alguns autores como João Silvério Trevisan – que acaba de lançar o seu mais novo trabalho intitulado Meu irmão, eu mesmo –, a jovem escritora francesa Fatima Daas, o poeta norte-americano Jericho Brown, o marroquino Abdellah Taïa e o paulistano Diogo Bercito, participaram, inclusive, recentemente, da Feira do Livro promovida em São Paulo pela Associação Quatro Cinco Um e a Maré Produções.
A Revista O Grito! selecionou obras recentes feito por autores LGBTQIA+ que trazem narrativas de diferentes partes do mundo e que nos revelam sensibilidades e afetos que alinham a temática da diversidade com diferentes questões do mundo hoje.
Veja a lista e boa leitura!
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A última filha, de Fatima Daas
Fatima Daas constrói com uma linguagem fragmentada e gêneros sobrepostos (romance, autoficção, autobiografia), uma história de busca por uma identidade própria, em meio a pressões familiares e religiosas, como imigrante, filha de argelinos muçulmanos, e lésbica. O livro foi lançado na França em 2020 cercado de polêmicas, e deu a escritora o título de autora revelação. / Bazar do Tempo, 196 páginas, 2023. Tradução de Cecília Shuback | Compre.
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A tradição, de Jericho Brown
A Tradição, de Jericho Brown, venceu o Pulitzer de poesia em 2020 com poemas que falam do corpo de gays e negros como lugar de encontro, resistência e celebração. O autor alicerça sua poética erótico-política fundindo líricas como o soneto, o gazel e o blues. Professor da Emory University (Atlanta), editor da revista The Beliver, Brown é um dos mais aclamados poetas contemporâneos estadunidenses. / Círculo de Poemas/Fósforo e Luna Parque, 88 páginas, 2023. Tradução de Stephanie Borges. / Compre.
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A Trindade Bantu, de Max Lobe
Segundo romance do suíço-camaronês Max Lobe narra as dificuldades econômicas cotidianas de um jovem africano e seu companheiro suíço-alemão, em meio as falsas ilusões prometidas por uma cidade europeia multicultural. O autor explora a oralidade da cultura bantu como um canto à vida, em contraponto a um ambiente atravessado pela intolerância e xenofobia. / Editora Âyiné, 240 páginas, 2022. Tradução de Lucas Neves. / Compre.
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Aquele que é digno de ser amado, de Abdellah Taïa
Romance do escritor e cineasta Abdellah Taïa, um dos primeiros escritores árabes a assumir a homossexualidade, em 2006. A história é narrada através de quatro cartas. Nas duas primeiras, o protagonista, homossexual marroquino de 40 anos, morando em Paris, escreve à mãe já morta e ao amante francês. Nas duas últimas, escreve a um amante e um amigo do passado. Taïa reflete sobre a identidade árabe na sociedade francesa, entre a liberdade de expressão da sexualidade e a perda da identidade original. / Nós, 136 páginas, 2018. Tradução de Paulo Werneck. / Compre.
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Vou sumir quando a vela se apagar, de Diogo Bercito
Romance de estreia de Diogo Bercito, autor de HQ e de um livro de não ficção, narra a relação de amor entre dois amigos sírios, ambientada nos anos 1930, entre um vilarejo na Síria e o Brasil. Uma tragédia acontece antes da emigração do protagonista, que parte em busca de um futuro próspero em uma São Paulo em transformação, carregando com ele o fantasma do passado. / Intrínseca, 216 páginas, 2022. / Compre.
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Gênero queer, memórias, de Maia Kobabe
HQ autobiográfica de norte-americane Maia Kobabe conta a jornada de questionamentos, transição e afirmação da identidade de gênero queer. No livro, Elu conta de maneira aberta e amorosa todas as etapas desse processo, os conflitos e os caminhos percorridos. A graphic novel virou best seller, ganhou muitos prêmios e acabou se tornando o livro mais censurado dos Estados Unidos em 2021. / Tinta da China Editora, 240 páginas, 2023. Tradução de Clara Rellstab / Compre.
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Novas fronteiras das histórias LGBTI+ no Brasil, de Renan Quinalha e Paulo Souto Maior (organizadores)
Organizado pelo advogado Renan Quinalha e o professor Paulo Souto Maior, o livro reúne uma coletânea de artigos acadêmicos inéditos. Contribuição teórica para os estudos no campo e concebidos como intervenção política no mundo acadêmico, os artigos analisam experiências de diversidade sexual e de gênero em diversos momentos históricos e diferentes parte do Brasil. / Elefante, 608 páginas, 2023. / Compre.
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Consuella, o filme que lançamos em 2023
2023 foi bem especial pra gente! Lançamos o curta Consuella, dirigido por Alexandre Figueirôa, editor-executivo da Revista O Grito!. O filme resgata a história de uma importante personalidade artística do Recife, que viveu seu auge nos anos 1970-80 e que abriu portas para diferentes artistas LGBTQIA+. O curta percorreu o circuito de festivais e teve uma première concorrida no Teatro do Parque, com a presença de pessoas que conviveram com Consuella, além da equipe que produziu a obra. Trata-se de uma importante memória da excelência trans, de alguém que ousou peitar as convenções tradicionais e conservadoras de sua época.