VIOLINS
Direito de ser nada
[Independente, 2011]
Quem gosta do novo rock brasileiro – e por rock quero dizer a cena “indie” e não os emos e pops melosos que costumam inundar as rádios – dificilmente não ouviu falar no Violins. Caso você tenha se perdido nas rotas que levam ao som desse conjunto goiano, o novo trabalho, Direito de ser nada, é a oportunidade perfeita para ajustar a bússola na direção da música boa. Beto Cupertino dá voz às letras que se aliam às melodias do quarteto para criar canções que parecem tentar invadir o lado mais íntimo dos nossos pensamentos, como é o caso de Rumo de tudo e Do combate. Um lado mais leve e esperançoso está presente em Forasteiros e Nenhum caminho. Com esse disco, o Violins pode se dar o direito de ser nada, mas com certeza continuará a ir muito além disso. [Lidiana de Moraes]
NOTA: 8,0
FOO FIGHTERS
Wasting Lights
[RCA, 2011]
Quando Dave Grohl disse que Wasting Lights era o disco mais pesado do Foo Fighters, ele não estava certo e nem errado. Com certeza as 11 faixas que fazem parte do álbum têm aquela pegada que a gente gosta tanto quando se trata dos trabalhos do cara que cresceu e se tornou muito mais do que o baterista do Nirvana. Ao mesmo tempo, canções como A matter of time e Back and Forth soam como outras faixas dos quatro primeiros álbuns do grupo. No entanto, isso não é uma forma de depreciar a reunião do quarteto com o produtor Butch Vig e convidados como Krist Novoselic e Bob Mould, bem pelo contrário. Entre discos ao vivo e tentativas “acústicas”, a saudade do bom e velho Foo Fighters já estava apertando o peito daqueles que adoram o bom e velho rock ‘n’ roll tanto quanto idolatram Grohl e seus comparsas que ainda se divertem pra caramba no papel de roqueiros de carterinha que fazem música boa.[Lidiana de Moraes]
Nota: 8,0
The ANTLERS
Burst Apart
[Frenchkiss Recordings, 2011]
[Recomendado]
Essa que vos escreve tem que admitir: simplesmente não conseguia ver graça alguma em The Antlers. Não chegava a achar as músicas ruins, sempre soaram caprichadas, mas nada que chegasse a falar de verdade pra mim, como se fosse algo que eu precisasse ouvir por livre espontânea vontade e não por mero dever jornalístico. Mas bastou uma música de Burst Apart para eu mudar de idéia: Putting the dog to sleep. Sem prestar muita atenção ao conteúdo da letra, me deixando levar por completo, apenas a frase “put your trust in me” ficou na minha mente como se fosse um pedido do vocalista Peter Silberman: “dê uma segunda chance para o The Antlers”. Depois de escutar todo o disco, posso dizer com confiança que me entregar ao som desses Nova Iorquinos valeu a pena. Se Burst Apart não for um dos seus discos prediletos de 2011, pode ser que esse ano fique marcado na sua história como aquele em que você perdeu a alma. [Lidiana de Moraes]
NOTA: 9,5
TV ON THE RADIO
Nine Types of Light
[Interscope, 2011]
[Recomendado]
Nunca um rótulo musical coube tão bem a uma banda: TV on the radio é um grupo americano de Art-Rock. E como a verdadeira arte, cada vez mais rara, o som deles não é para qualquer um. O quinto disco, Nine Types of Light, mantém a atenção voltada para os pequenos detalhes inusitados que colocados juntos constroem a grandiosidade musical característica do grupo. Canções como Will Do, Killer Crane e Keep your heart têm uma preciosidade sonora que torna impossível ouvi-las sem largar todo o resto que se estava fazendo. Second Song e Repetition apelam para batidas quase viciantes que dão vontade de se mexer desesperadamente. Enquanto os discos anteriores do TVOTR pareciam ser a trilha sonora do fim do mundo, Nine Type of Lights é a composição perfeita para salvar o universo inteiro. Tal missão não é pra qualquer um, assim como a música do TV on the radio. [Lidiana de Moraes]
Nota: 9,5