
Atualizado em 10.06.2012
Num videozinho de menos de um minuto e tendo o mesmo Tadeu Schmidt como narrador, a edição de hoje do Fantástico admitiu a gafe da semana passada, quando confundiu as diferentes versões do herói Lanterna Verde na matéria sobre a nova orientação sexual de Alan Scott.
Diz o texto: Mas telespectadores reclamaram porque a gente também usou imagens de outro Lanterna Verde: Hal Jordan, que aparece em um filme. Hal Jordan não é gay. O Lanterna Verde gay, conforme mostramos, é Alan Scott. São muitos lanternas verdes nas histórias em quadrinhos.
Segue o link: http://tinyurl.com/7st6e6k
As outras bobagens ditas na matéria ficaram por isso mesmo…
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A edição deste domingo (3) do Fantástico, exibido pela Rede Globo, repercutiu o anúncio feito nesta semana pela DC Comics: o Lanterna Verde original, criado na década de 1940, será homossexual no novo universo da editora.
Até entre os aficionados por quadrinhos há discordância: apesar de se tratar de uma nova versão do personagem, num universo completamente novo, para muitos fica a impressão de que um herói clássico teve sua orientação sexual alterada.
Imagine, então, a confusão de quem não é “iniciado”. Para alguns, o Lanterna Verde é John Stewart, que fez sucesso no desenho animado da Liga da Justiça; para outros, é aquele do cinema: Hal Jordan.
Pois foi com as imagens deste filme que o Fantástico prestou um desserviço ao ilustrar sua matéria: falou de Alan Scott e mostrou Hal Jordan, como se fossem o mesmo personagem (assista aqui).
Difícil entender a lógica por trás disso. Desinformação? Preguiça de pesquisar? Ou, na falta de imagens em live action de Alan Scott, os produtores optaram por usar o que estava à mão? Afinal, devem pensar, quem se importa com quadrinhos?
Dá pra notar que a confusão está instalada. Por falta de conhecimento e de matérias como esta, o público em geral pode acabar entendendo que a orientação sexual do novo Alan Scott estende-se para toda a franquia dos Lanternas Verdes.
A matéria de 3 minutos, exibida em horário nobre, tem ainda outras “pérolas” típicas do jornalismo feito “nas coxas”:
Em determinado momento, diz o narrador Tadeu Schmidt: “… mas a publicação que contará detalhes da vida íntima do herói só sairá na próxima quarta-feira”. Ninguém ainda leu esta edição, mas tudo indica que será centrada na origem do herói. A orientação sexual é uma entre as muitas características do personagem, não a principal;
Continua ele: “Enquanto isso, na Sala de Justiça, outros superpoderosos ainda correm o risco de serem arrancados do armário pela editora que os criou, a DC Comics” (detalhe: uma das imagens que cobrem o off é do Capitão América!). Profecia de araque. Apesar de Marvel e DC terem explorado o tema da homossexualidade simultaneamente, nada indica que é uma tendência;
“Por aqui, a reação a este novo colorido nos quadrinhos é positiva”. Mentira. Basta uma visita às redes sociais para ver que as opiniões estão divididas;
Por último, uma declaração do desenhista Rafael Grampá – que na matéria é chamado de “paulista” (ele é gaúcho) – sobre Batman: “Ele é um milionário que prefere sair pulando de prédio vestido de preto com um molequinho de tanga. É meio estranho”.
Esta prefiro nem comentar…