Sonic Youth | The Eternal

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DE VOLTA AO INDIE
Banda abandona gravadora Geffen, e se pauta pela base de fãs xiitas para se manterem no auge
Por Gabriel Gurman

SONIC YOUTH
The Eternal
[Matator, 2009]

sonic youth the eternal album artO Sonic Youth é daquelas bandas que vive em um tempo e momento particular. Dificilmente se observa em seus discos alguma influência do cenário musical predominante da época – talvez aqui se executando Goo, de 1990, não por acaso o maior êxito comercial, midiático e de público da carreira da banda. Seguindo este rumo outsider, os nova-iorquinos acabam de lançar (ou melhor, acaba de vazar) seu décimo sexto álbum, The Eternal, produzido pela própria banda e primeiro com Mark Ibold, ex-Pavement, como integrante (quase) oficial.

Escrever sobre um disco do Sonic Youth é praticamente repetir o que já foi escrito em todos os outros quinze discos lançados ao longo de mais de 25 anos de carreira. Com uma base de fãs xiitas, não será com The Eternal que estes se sentirão desamparados e, da mesma forma, não será este álbum que atrairá novos fãs para os shows do grupo. Talvez aqui, a grande mudança é que depois de anos de parceria, a banda não faz mais parte do casting da Geffen e voltou a ser independente.

Novamente com os vocais alternados entre os dois lideres da banda,  Thruston Moore e a sempre fantástica Kim Gordon (alem de uma canção cantada pelo guitar
ista Lee Ranaldo), The Eternal abre com a suja, e quase punk “Sacred Trickster” , mas é na musica seguinte, “Anti-Orgasm” que a banda mostra aquilo que a caracterizou: barulho e distorção. São mais de seis minutos que abusam de distorções e da desconstrução da musica em sua estrutura tradicional.  Outros destaques são “What We Know”, que mostra uma veia mais comercial no som do grupo, a pesada “No Way” e “Massage The Story”, que, com seus quase dez minutos de duração, fecha o álbum de maneira grandiosa.

Se o disco não apresenta nenhuma grande inovação, talvez a qualidade deste quinteto seja exatamente esta coerência que transformou a banda em um ícone do rock alternativo. Para o Sonic Youth não há estrofe/refrão/estrofe/refrão/solo/ refrão. Ainda bem.

NOTA: 7,0