Resenha: Mono No Aware e a ambient music que nos tira do lugar

mono no aware pan
8.5

Coletânea cria música ambiente inovadora que reflete a inquietação dos dias atuais

O ambient music talvez seja o estilo mais controverso dentro do espectro que podemos chamar de “alternativo” na música. Tido como difíceis e intransponíveis para os não-iniciados esse gênero nunca atingiu sua popularidade (apenas má fama de “som pra relaxar”). A coletânea Mono No Aware chega para te ajudar a quebrar com esses estereótipos.

Organizado pelo selo PAN Records, conhecido por reunir artistas mais experimentais, o trabalho dialoga com os dias atuais conturbados e marcados por embates. Ou seja: é o oposto de relaxar, mas ainda assim convida a uma reflexão. São 80 minutos de imersão em diversos timbres, texturas e experimentações vocais e de arranjos que nos levam a um estado de inquietação, mas no bom sentido.

As faixas nos tiram de uma letargia e convidam a uma resposta mais assertiva. Segundo o selo, a proposta do disco foi mostrar que esses artistas ambient mais experimentais estão dispostos a travar um diálogo sobre como o mundo atual pode surgir nesse gênero.

É também uma forma de dialogar com novos públicos e mostrar que o estilo segue cheio de inovação. Mono No Aware traz nomes mais conhecidos da ambient music, como M.E.S.H. e Yves Tumor e outros nem tanto como Mya Gomez e TFC. Em tempo: Mono-no-awaere, ou o “pathos das coisas”, é um termo japonês que significa “empatia com as coisas”. Tudo a ver.