+ Quadrinhos: O Pequeno Livro do Rock, Jambocks e O Escapista

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O PEQUENO (E FASCINANTE) LIVRO DO ROCK
Livro de Herve Bourhis evidencia relação estreita entre música e vida pessoal

Se alguma publicação chega perto de catalizar toda a energia, relevância e “estragos” do fenômeno Rock n’ Roll na cultura pop ocidental durante o século 20, este é (ironicamente) O Pequeno Livro do Rock.Sem exageros.Pensado quase como uma transcrição de um diário HQ adolescente – feito por um jovem talentoso e apaixonado por música, o texto vai do legado dos grandes mestres de blues até os anos de Rehab da new diva Amy Winehouse. Nada passa incólume pela abordagem afetiva do francês. Aos 30 e poucos anos, ele selecionou eventos muito mais importantes do ponto de vista passional do que números e depoimentos que revelariam burocracia com a arte musical. Uma das resoluções mais legais que ele encontrou: ao falar da passagem da morte de Jim Morrisson, líder dos Doors morto em 1971, o autor desenhou a certidão de óbito do musio. Outra: O fim de 1975 é representado pela logo do filme The Rock Horror Show. Entre outras pepitas. Livro para ser lido de ilho pra pai, repassado de tio pra sobrinho, e assim, exponencialmente. [Rafaella Soares]
» Leia um trecho de O Pequeno Livro do Rock
NOTA: 8,0

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JAMBOCKS PARTE 1 – PRELÚDIO PARA A GUERRA
Celso Menezes (texto) e Felipe Massafera (arte)
[Zarabatana, 52 págs, R4 30]

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial é pouco explorado na produção cultural do país. Nos quadrinhos, então, muito menos. Jambocks, com lançamento da Zarabatana, chama atenção justamente por isso. A HQ venceu um edital do Estado de São Paulo e terá quatro partes. Conta a história de dois amigos que são recrutados para irem à guerra trabalhando na FAB, a Força Expedicionária Brasileira. A história prende a atenção do leitor por nos levar a um lado da história pouco conhecido, com detalhes minuciosos, fruto de pesquisa do autor Celso Menezes. Destaque para a arte de Massafera, um jovem de 25 anos, que utiliza pincéis. Há três anos trabalhando no mercado dos EUA, já esteve envolvido em projetos de nomes como Warren Ellis. O único deslize da obra é no roteiro. Os diálogos carecem do realismo que a obra parece querer alcançar. De tão pouco naturais, chegam a deixar a leitura truncada, comprometida. Jambocks é um projeto muito bem acabado e pode dar vazão a outras obras desse período. [Paulo Floro]
» Leia uma entrevista com o autor Celso Menezes
NOTA: 6,5

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AS INCRÍVEIS AVENTURAS DO ESCAPISTA
Vários autores (texto e arte)
[Devir, 192 págs, R$ 49,90]

Como escrever uma resenha de As Aventuras do Escapista sem entregar seu maior segredo? Esta edição lançada pela Devir reúne algumas das histórias desse herói da Era de Ouro dos quadrinhos, que, na verdade, nunca existiu. Todos os autores deste livro, recheado de extras e matérias que fundamentam a “mentira”, se basearam na obra As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay, de Michael Chabon, que conta a história dos primos judeus do título que criaram o famoso personagem. É uma espécie de homenagem aos criadores do Superman, Jerry Siegel e Joe Shuster, no que eles têm de mais ingênuos e criativos. Como afirmou o editor do livro, Leandro Luigi Del Manto, é uma espécie de “Forrest Gump” dos quadrinhos. O time que acietou participar da empreitada é de primeira: Howard Chatkin, Brian K. Vaughn, Harvey Pekar, Steve Lieber e até Will Eisner. O Escapista é uma espécie de Houdini, que usa uma chave como amuleto que lhe dá poderes para escapar de todas as armadilhas e prisões. Edição bem acabada e colorida, vale o investimento. [PF]
NOTA: 8,0