Primeira mostra de filmes africanos do Recife traz clássicos e novidades do continente

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Cena do filme Felicité. (Divulgação.)

A primeira edição do Baobácine – Mostra de Filmes Africanos do Recife divulgou sua programação. O público recifense terá acesso a filmes do continente africano que raramente são exibidos em circuitos comerciais.

A mostra acontece entre os dias 23 e 26 de maio no Cinema São Luiz. Durante os quatro dias de mostra, serão apresentados filmes, entre curtas, médias e longas, “clássicos” e contemporâneos, produzidos em países do continente africano, possibilitando ao público recifense o acesso a filmes que raramente são exibidos em circuitos comerciais, ou mesmo nos espaços de cinema autoral.

“Ao propor a mostra, pensamos na possibilidade de incentivar uma atividade que pudesse se tornar permanente do calendário de Recife, e que pudesse atingir um público pouco maior, para além de cineclubistas e cinéfilos. A proposta de estar em um cinema como o São Luiz é proporcionar o interesse de pessoas que talvez nem saibam da existência dessas realizações nos países africanos”, explica Ludimilla Carvalho, produtora-executiva da mostra.

Além das sessões, a Baobácine contará com um minicurso sobre a trajetória do cinema africano, sua história, realizadores e obras mais representativas, que será realizado nos dias 24 e 25 e que está com inscrições encerradas. E com a roda de conversa “Presença da mulher negra nos cinemas de África e Diáspora”, aberta ao público, no dia 26, a partir das 14h, no Cinema São Luiz.

Os ingressos para os filmes serão vendidos a R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 meia entrada.

I BAOBÁCINE – MOSTRA DE FILMES AFRICANOS DO RECIFE
PROGRAMAÇÃO | 23 a 26 de Maio de 2018 | CINEMA SÃO LUIZ

FILMES
QUARTA (23)
19h | SESSÃO DE ABERTURA
Félicité
Direção: Alain Gomis
(Senegal, França, Bélgica, Alemanha, Líbano, 2017, 123’)
Félicité é uma mulher orgulhosa e independente que trabalha como cantora em um bar de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Sempre que ela sobe ao palco, parece deixar todas as preocupações de lado. Mas um dia, seu filho sofre um terrível acidente. Enquanto ele está no hospital, ela tenta desesperadamente conseguir dinheiro para sua operação, e começa uma jornada pelas ruas pobres e pelos bairros ricos da cidade. Um dos clientes do bar, um homem chamado Tabu, se oferece para ajudá-la. Relutante, Félicité aceita.

QUINTA (24)
19h | PIONEIROS DO CINEMA AFRICANO
África sobre o Sena
Direção: Mamadou Sarr e Paulin Vieyra
(Senegal, 1957, 21’)
A África está na África sobre as margens do Sena ou no Quartier Latin? Interrogações “meio-amargas” de uma geração de artistas e estudantes à procura de sua civilização, sua cultura e seu futuro.

O Retorno do Aventureiro
Direção: Moustapha AlassaneDe
(Níger, França, 1966, 34’)
Regresso de uma viagem aos Estados Unidos, um jovem nigeriano oferece aos amigos da sua aldeia adereços de cowboys. A gangue vai perturbar a vida da aldeia e vai transformá-la em cidade de faroeste.

20h | CINEMA AFRICANO COM MULHERES
Contos cruéis de guerra
Direção: Ibea Atondi
(Congo, França, Mauritânia 2002, 51’)
Através da narração de uma volta ao Congo-Brazzaville, seu país natal, Ibea Atondi lança um olhar singular sobre as guerras da África contemporânea. Fascinada com a loucura assassina de Mignon, um miliciano destruído pelo álcool e pela droga, a narradora tenta descobrir os mecanismos que o levaram, ele e seus companheiros, a perder toda a dignidade humana. Para evocar o horror da guerra, não há imagens de violência, mas um trabalho metafórico apoiado pelos depoimentos de vítimas e carrascos.

À espera dos homens
Direção: Katy Ndaye
(Senegal, Bélgica, 2007, 52’)
Oualata, uma cidade vermelha na extremidade do deserto do Saara. Neste abrigo, frágil muralha contra a areia, três mulheres praticam pintura tradicional, decoram as paredes da cidade. Em uma sociedade aparentemente dominada pela tradição, religião e homens, essas mulheres se expressam sem reservas. Comentam livremente sobre o relacionamento entre homens e mulheres.

SEXTA (25)
19h | EXPRESSÕES CONTEMPORÂNEAS DO CINEMA AFRICANO
São eles os cães
Direção: Hicham Lasri
(Marrocos, França, 2013, 85’)

Depois de vinte anos na cadeia, um prisioneiro político é solto em meio à Primavera Árabe. Uma equipe de televisão está fazendo uma reportagem sobre os movimentos sociais no Marrocos e decide segui-lo pelo seu passado.

SÁBADO (26)
19h | EXPRESSÕES CONTEMPORÂNEAS DO CINEMA AFRICANO
Wùlu
Direção: Daouda Coulibaly
(Mali, França, Senegal, 2016, 95’)
Ladji tem 20 anos. Ele trabalha duro como um piloto aprendiz em Bamako. Quando uma promoção que ele acredita ser merecida lhe é negada, decide entrar em contato com Driss, um traficante de drogas que lhe deve um favor. Com dois amigos, Ladji mergulha no universo do tráfico de cocaína.

OUTRAS ATIVIDADES

QUINTA e SEXTA (24 e 25)
13h30 | MINICURSO
Para além de Nollywood: experiências contemporâneas do cinema autoral africano
Formação que abordará algumas das temáticas contemporâneas relacionadas ao fazer filmes no continente africano, para além da experiência contemporânea de Nollywood, cinema popular produzido na Nigéria. Inscrições encerradas.

SÁBADO (26)
14h | RODA DE CONVERSA | CINEMA SÃO LUIZ (hall 1º andar) – aberta ao público
Presença da mulher negra nos cinemas de África e Diáspora
A roda de conversa com a participação de Cíntia Lima, Conceição Camarotti, Éthel Oliveira, Iris Regina e Stella Zimmerman e mediação de Janaína Oliveira abordará as possíveis conexões entre os desafios e dilemas enfrentados pelas mulheres negras da diáspora e do continente africano, serão abordados em diálogo com a seleção de filmes exibidos.