Peça “Alguém Pra Fugir Comigo” questiona o afeto nesses tempos brutos

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Divulgação.

A peça Alguém Pra Fugir Comigo retorna aos palcos em final de temporada e vai percorrer três palcos do Recife em setembro. O espetáculo foi um dos destaques do Janeiro de Grandes Espetáculos de desigualdade social e laços afetivos nos dias atuais.

Realizado pelo Resta 1 Coletivo de Teatro, a peça terá sete sessões distribuídas em três palcos da cidade ao longo do mês de setembro: Teatro Hermilo Borba Filho (08/09 e 09/09), Teatro Apolo (19, 20 e 21/09) e Teatro Marco Camarotti (29 e 30/09). A peça tem classificação etária de 16 anos, e convida o espectador a tecer uma reflexão crítica da realidade, a partir de três eixos: desigualdade, resistência e laços afetivos, retratados em acontecimentos históricos e atuais, mesclados com representações do cotidiano contemporâneo e local.

Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com gratuidade a membros de sindicatos e movimentos sociais, mediante agendamento prévio, com vagas limitadas. Estudantes, professores, artistas e idosos têm direito à meia-entrada.

“A obra trata daquilo que o brasileiro conhece muito bem: o áspero, o bruto e o injusto que existe no nosso cotidiano, desde as coisas mais simples. E isso vem desde a época da colonização. Seja pelo aparelho burocrático, seja pela estrutura social, econômica e cultural, acabamos naturalizando um peso que não deveríamos carregar, e sim questioná-lo. O espetáculo é uma tentativa de convidar o espectador para respirar fundo e observar com atenção o que ocorre consigo e com os seus, todos os dias”, explica Quiercles Santana, que assina a encenação ao lado de Analice Croccia.

“Alguém para fugir comigo” não apresenta uma narrativa com começo, meio e fim, mas se mostra como um mosaico de vários fragmentos, separados pelo tempo, e unidos pelo mesmo contexto de corrupção, discriminação, ignorância e solidão. “É um espetáculo sobre não ter lugar certo, sobre o massacre sofrido a cada novo dia, as injustiças, a democracia de fachada, a liberdade ferida, os séculos de escravidão perpétua. É sobre fugas e sonhos desejados. Sobre o poder de subversão do corpo, da voz, da vida que se nega a ceder aos ditames das oligarquias. Isso tudo com humor e coragem. Sem panfletos”, revela Quiercles Santana.

Mais detalhes no Facebook do grupo.