Melhores de 2012: Top 25 Discos do Ano

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O ano foi cheio de boas novidades, surpresas, tanto no Brasil quanto lá fora. De Siba a Grimes, passando pelo fenômeno Frank Ocean e Kendrick Lamar, elencamos os melhores discos do ano, brasileiros e estrangeiros

Da Equipe da Revista O Grito!

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VITOR ARAÚJO
A/B
[Joinha Records]

Disco mais ousado de Vitor Araújo, com colaborações de Guizado, Macaco Bong e Rivotrill. “A/B é o disco mais impor­tante deste jovem per­nam­bu­cano por con­se­guir con­den­sar todas suas face­tas em um único tra­ba­lho. Revelado para a música bra­si­leira em um con­certo no Teatro de Santa Isabel, quando tocou “Paranoid Android” ao piano, para o susto dos eru­di­tos xii­tas, Vitor Araújo foi grata sur­presa na música ins­tru­men­tal naci­o­nal, pas­se­ando com habi­li­dade em um ter­ri­tó­rio pouco explo­rado pelo pop, que é a música clás­sica” – Paulo Floro.

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JESSIE WARE – Devotion
[PMR]

Jessie Ware conquistou fãs por con­se­guir dosar fra­gi­li­dade, emo­ção com uma pegada firme de ele­trô­nico, o que adi­ci­ona novi­da­des à leva de can­to­ras que se aven­tu­ram na redes­co­berta do soul. Antes de assi­nar com o selo PMR Records, a can­tora ficou conhe­cida por empres­tar a voz para músi­cas de SBTRKT, inclu­sive em shows ao vivo.

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OTTO – The Moon 1111
[Independente]

Este novo disco de Otto chega para con­fir­mar sua ori­gi­na­li­dade como um dos novos artis­tas que melhor sin­to­ni­zam novas ten­dên­cias ao mesmo tempo em que se apro­priam rit­mos que sem­pre fica­ram à mar­gem, como o brega. The Moon 1111 chega após a rup­tura de um hiato que foi o caso de Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos. – Paulo Floro

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AMABIS – Trabalhos Carnívoros
[Independente]

Produtor do último disco de Céu, Caravana Sereia Bloom, Gui Amabis encarou mais esse trabalho solo com destaque para as letras, base deste álbum. Cheio de texturas, traz um dos mais sofisticados arranjos do ano.

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CHROMATICS – Kill For Love
[Italians Do It Better]

O Chromatics foi um dos grupos mais prolíficos este ano. Deste disco, eles conseguiram criar imagens bem interessantes (e misteriosas) que reforçam sua identidade visual. O disco traz uma parede sonora, com referências ao rock clássico e muita experimentação.

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LIARS – WIXIW
[Mute]

Depois de se des­ta­car na cena dance-punk de Nova York, o Liars foi cami­nhando para se tor­nar um grupo bem dife­rente de seus pri­mei­ros anos. E para melhor. Eles se espe­ci­a­li­za­ram como um grupo pes­qui­sa­dor de esqui­si­ti­ces e sons mais expe­ri­men­tais. O sexto álbum de estú­dio, WIXIW (lê-se “wish you”), mos­tra que eles apri­mo­ra­ram essa pro­posta radi­cal e entre­ga­ram um dos seus álbuns mais aces­sí­ves em anos.

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HOT CHIP – In Our Heads
[Domino]

Depois de One Life Stand, um tra­ba­lho mais cere­bral, este In Our Heads traz uma pro­posta mais colo­rida, com toques de R&B e romantismo. Sem se afas­tar do estilo que fir­ma­ram no cená­rio pop, este novo regis­tro é car­re­gado de des­pre­ten­são como se a banda esti­vesse mais solta sem a neces­si­dade de um novo hit como “Over and Over” e “Ready To The Floor”.

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TULIPA RUIZ – Tudo Tanto
[Independente]

Se em seu disco de estreia há uma qua­li­dade intros­pec­tiva, mais caseira, este aqui é um pouco mais extro­ver­tido. Soa como se tivesse sido inte­gral­mente feito pra ser tocado com uma banda. Persegue uma sono­ri­dade pop e dan­çante, inclu­sive com a par­ti­ci­pa­ção de Lulu Santos, rei da can­ção radi­ofô­nica 80’s. Algo que afasta sua car­reira da ten­dên­cia de “MPBização” da música jovem bra­si­leira, em que sobram sono­ri­da­des vio­lo­nís­ti­cas para todos os lados. Ainda assim, o que Tulipa faz aqui não é sim­ples de ser rotulado.Germano Rabello

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CHAIRLIFT – Something
[Columbia]

Primeiro álbum desde a saída do mem­bro fun­da­dor Aaron Pfenning, é uma clara evo­lu­ção na sono­ri­dade, bus­cando refe­rên­cias na música pop oiten­tista, além de con­ta­rem agora com a máquina de divul­ga­ção de uma gra­va­dora grande. O pro­du­tor Alan Moulder, que já tra­ba­lhou com os Smashing Pumpkins e My Blood Valentine soube apro­vei­tar a cri­a­ti­vi­dade em estado bruto pre­sente no duo e aju­dou a des­ta­car a mis-en-scene do grupo como um diferencial. – Paulo Floro

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TAME IMPALA – Lonerism

Batalhando na psicodelia, o Tame Impala chamou atenção este ano com um disco que transpira novidade em um gênero já tão conhecido.

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CAETANO VELOSO – Abraçaço
[Universal]

O disco é expe­ri­men­tal den­tro da dis­co­gra­fia de Caetano, mas não se faz de rogado em ser pop, com os pos­sí­veis hits do futuro, “Um Abraçaço” (o neo­lo­gismo de 2012), “Estou Triste” e “O Império da Lei”. Abraçaço encerra a tri­lo­gia que dá uma are­jada na obra do músico, res­pon­sá­vel por clás­si­cos como Transa. Caetano ainda tem muito a falar. – Rafael Curtis

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LUCAS SANTTANA – O Deus Que Devasta Mas Também Cura
[Independente]

Na música, expe­ri­men­tar é um sonho e um risco. E foi o que fez ao apos­tar em O Deus Que Devasta Mas Também Cura. Camadas, cli­mões, poe­sia, rimas pobres, home­na­gens, odes, valsa, tudo tem lugar no novo tra­ba­lho do can­tor baiano. – Juliana Simon

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DIRTY PROJECTORS – Swing Lo Magellan

Sem o hype do disco ante­rior, Bitte Orca, para atra­pa­lhar, a banda ame­ri­cana Dirty Projectors sur­pre­en­deu todos com o novo tra­ba­lho, Swing Lo Magellan. Liderados por , o grupo apre­sen­tou uma cole­ção de can­ções que resu­mem bem a pro­posta con­cei­tual — e ousada — de equi­li­brar expe­ri­men­ta­ção e con­sumo pop imediato. – Paulo Floro

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METÁ METÁ – MetaL MetaL
[Independente]

Formado por Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França formam o Metá Metá, hoje um dos grupos brasileiros mais ousados na sonoridade. O disco lançado este ano MetaL MetaL, com mais peso, muita improvisação e muita referências afro.

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RODRIGO CAMPOS – Bahia Fantástica
[Independente]

Desde o pri­meiro CD — São Mateus Não É Um Lugar Assim Tão Longe já se mos­trava um ótimo cro­nista, de afi­nada voz entre uma turma pro­lí­fica da MPB. Até então, o can­tor era um homem de samba, banhado pela urba­ni­dade da peri­fe­ria de São Paulo. Em Bahia Fantástica, seu novo tra­ba­lho, no entanto, o can­tor trans­fere sua poe­sia dos cam­pos de terra batida para a terra de todos os santos. – Juliana Simon

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GABY AMARANTOS – Treme

[Som Livre]

Ao fim da audi­ção de Treme, nós dan­ça­mos, can­ta­mos e sofre­mos (sem muito drama) um pou­qui­nho tam­bém. Afinal, é dessa mis­tura que a música pop é feita. Com cer­teza um dos mais impor­tantes discos bra­si­leiros do ano e o mais rele­vante em muito tempo. – Eduardo Dias

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BEACH HOUSE – Bloom

[Sub Pop]

De um jeito inti­mista, mas car­re­gado de drama, Bloom é a tri­lha sonora da geração-Tumblr, inte­res­sada no con­sumo rápido de um uni­verso para­lelo impe­ca­vel­mente belo. É um mundo ins­ta­gra­mi­zado, que diz mais sobre o inte­rior das pes­soas, sobre sen­ti­men­tos, do que o objeto apre­sen­tado. Essa psi­co­de­lia moderna encon­trou no Beach House o nome mais repre­sen­ta­tivo e, por con­se­guir cap­tar esse zeit­geist dos anos 00, a dupla é um dos nomes mais impor­tan­tes de nossa gera­ção, com certeza. – Paulo Floro

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GRIZZLY BEAR – Shields

[Warp]

O quarto do disco do Grizzly Bear traz a banda em uma proposta ainda mais emocional que os trabalhos anteriores. Com letras sobre relacionamentos, o grupo mostra que conseguem dialogar como poucos com sua geração. O álbum traz arranjos mais orquestrados, cheios de surpresa, um tanto menos introspectivo que os discos anteriores.

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KILLER MIKE – R.A.P. Music

[Williams Street]

Trata-se de uma bem coesa mis­tura de rock e rap, com pita­das de expe­ri­men­ta­lismo. Tudo culpa do pro­du­tor El-P, nome res­pon­sá­vel por levar o gênero a novas fron­tei­ras e con­si­de­rado o mais visi­o­ná­rio dos rap­pers hoje em ati­vi­dade. Mike vai longe com crí­ti­cas à polí­ti­cos e letras sar­cás­ti­cas sobre o pas­sado dos EUA (“Reagan”). Tem viço sufi­ci­ente para tornar-se uma obra-prima do pop daqui há uns anos. – Paulo Floro

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FIONA APPLE – The Idler Wheel is Wiser Than the Driver of the Screw and Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do

[Clean Slate/Epic]

Resultado de anos de reclu­são e raras apa­ri­ções em público, Fiona Apple tor­nou o seu lirismo mais maduro em “The Idle Wheel…” e fez das músi­cas uma mis­tura de sen­ti­men­tos sem pou­par as memó­rias. Ainda, continuou a evo­luir no cená­rio musi­cal: sur­gida no cená­rio das can­to­ras alter­na­ti­vas dos 1990, ela se mos­tra con­tem­po­râ­nea e extre­ma­mente dinâ­mica, sem pre­ci­sar estar em evi­dên­cia na mídia para se ali­nhar aos sen­ti­men­tos tão for­tes que são atemporais. – Juliana Simon

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GRIMES – Visions

[4AD]

Grimes traz uma artista inte­res­sada em explo­rar novos cami­nhos no pop e traz um fres­cor ao gênero. Uma pequena e curta pérola pop que explora o melhor da música ele­trô­nica, o legado das vozes musi­cais femi­ni­nas, tudo com um toque de experimentalismo. – Paulo Floro

Divulgação
Divulgação

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CÉU – Caravana Sereia Bloom

[Universal]

Céu repa­gi­nou o popu­lar e acer­tou. Menos pala­tá­vel que os outros dois tra­ba­lhos, Caravana Sereia Bloom traça a marca defi­ni­tiva da can­tora, que não veio para fazer um pop suave, mas para con­cre­ti­zar a tal nova MPB, sem esque­cer as que já passaram. – Juliana Simon

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KENDRICK LAMAR – good kid, m.A.A.d. city

[Top Dawg]

Mas, o que faz dessa estreia de Lamar (mais) uma obra-prima do hip hop é seu talento em con­tar his­tó­rias. Falando de sua vizi­nhança, con­tando cau­sos da sua ainda recente vida adulta (tem 25 anos), cenas de vio­lên­cia, pros­ti­tu­tas, neces­si­dade de enri­que­cer (velha obses­são), o rap­per mos­tra uma empa­tia difí­cil de encon­trar. – Paulo Floro

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SIBA – Avante

[Independente]

Guitarras por todos os lados. Siba foi inva­dido e, dos tem­pos de Mestre Ambrósio e Fuloresta, só sobrou o bigode. Em Avante, saí­ram o mara­catu, o frevo e as ciran­das – pelo menos, como se conhe­cia — e entrou o rock. Nazaré da Mata, ganhaste um “gui­tar hero” para cha­mar de tua. O filho da zona da mata per­nam­bu­cana salta para o urbano sem dei­xar as raí­zes, mas agora em com­pa­nhia de ampli­fi­ca­do­res e pedais. Avante é imper­dí­vel para quem se encanta com poe­sia e sono­ri­da­des à ené­sima potência. – Juliana Simon

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FRANK OCEAN – ChannelOrange

[Universal]

Cheio de tex­tu­ras, Channel Orange traz melo­dias com um grave acen­tu­ado, muito gro­ove, jazz, funk, soul, e ele­men­tos de música ele­trô­nica. Ocean ainda colo­cou inter­lú­dios no tra­ba­lho, como se qui­sesse regis­trar seu coti­di­ano. O álbum abre com baru­lhos de men­sa­gens de texto rece­bi­das, um PlayStation sendo ligado, tre­cho da música de aber­tura do game clás­sico Super Street Fighter II, além de outros diá­lo­gos. Há muito o que se des­co­brir no álbum e isso é ape­nas um deta­lhe da impor­tân­cia que ele irá ganhar nos pró­xi­mos anos. Detalhista, Ocean parece ter cons­truído o disco como se fosse um Tumblr, um alma­na­que ner­voso em que se mis­tu­ram momen­tos den­sos, tex­tos lon­gos, com a rapi­dez de vídeos, gifs, cita­ções, peque­nos tre­chos de áudio, fotos do Instagram, tuí­tes, e o que mais couber. – Paulo Floro

Foto montagem sobre trabalho de Fey Ilyas.