Melhores de 2012: Top 50 músicas do ano

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Pela Equipe da Revista O Grito!

Por mais um ano, a Revista O Grito! elaborou as faixas mais representativas do ano. Seguindo uma proposta defendida por toda a equipe, fazemos uma lista única com artistas brasileiros e estrangeiros. É também uma forma de colocar a música feita aqui em perspectiva com o resto do mundo. Sem mais delongas, abaixo as músicas que marcaram 2012.

Clique no nome da faixa para ouvir.

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VIVENDO DO ÓCIO – “Nostalgia”

A banda baiana teve um ótimo momento este ano, conseguindo até mesmo um hit radiofônico e melancólico como esta “Nostalgia”.

 

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PASSION PIT – “Constant Conversations

Na premissa do Passion Pit, o importante mesmo é ser sensual. “Constant Conversations” é a melhor faixa do disco novo do grupo, Gossamer, que traz diversas faixas que vai num tom sexy sem deixar de lado o caráter experimental do grupo.

 

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BAT FOR LASHES – “Laura

Natasha retornou toda performática em 2012. E drama é o tom desta faixa, “Laura”, uma das mais grandiosas do indie em 2012.

 

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JAPANDROIDS – “The House That Heaven Built

Volta e meia o rock abre uma demanda por bandas que sigam a cartilha do mais básico e urgente no gênero. É este o caso do Japandroids, e esta música para ser ouvida enquanto celebração de um hedonismo juvenil de pouca elucubração.

 

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FRANK OCEAN – “Thinking About You

A música que abre o disco Channel Orange, de Frank Ocean, “Thinking About You” mostra como o cantor consegue unir a tradição do R&B em algo novo e arejado. E ainda por cima com uma letra que aborda um amor gay pouco correspondido.

 

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SCHOOLBOY Q feat. A$AP ROCKY – “Hands On The Wheel

O ano foi boom para o Hip Hop independente. Schoolboy dá-se bem nessa toada tensa em parceria com A$AP Rocky exaltando a velha v1da l00ka rapper.

 

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FLYING LOTUS feat. ERYKAH BADU – “See Thru To U

Unindo música eletrônica e a base do Hip Hop, “Until The Quiet Comes” é a música que resume o trabalho de Flying Lotus, aqui com a participação luxuosa de Erikah Badu.

 

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CURREN$Y feat. DAZ – “Fast Cars Faster Women”

Apostando em uma vibe mais festeira, Curren$y retornou pimpão e mais rico após assinar com a Warner nesta faixa incrivelmente pop. Uma pequena pérola do Hip Hop para as pistas.

 

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HOLGER – “Ilhabela

“Ilhabela” denuncia como a sonoridade do Holger alcançou um estágio de personalidade muito acentuada. Um toque de humor nas letras, certa ingenuidade, praia, apelo pop. Puramente Holger.

 

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GRIZZLY BEAR – “Sleeping Ute

O Grizzly Bear está menos introspectivo. “Sleeping Ute” é a faixa que mostra essa exposição maior – tanto na sonoridade quanto nas letras. Um torrente de emoções em uma música um tanto esquizofrênica em seus diversos momentos bem diferentes entre si.

 

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KENDRICK LAMAR – “Swimming Pools (Drank)

Todas as faixas do disco de Lamar falam de sua juventude em Compton, nos EUA. “Swimming Pools”, um dos singles, traz um tom mais sexy e com um refrão incrivelmente pop.

 

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JESSIE WARE – “110%

Revelação de 2012, a britânica Jessie Ware renovou o soul com sua voz que casou bem com a produção cheia de ousadias dançantes – mas, ao mesmo tempo incrivelmente melodiosas – como essa “110%”.

 

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ARIEL PINK’S HAUNTED GRAFFITI – “Only In My Dreams

“Only In My Dreams” é Ariel mais uma vez mostrando sua capacidade de criar canções com apelo pop e cantarolável apostando no lo-fi. Aprendam aí.

 

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CAMBRIANA – “Sad Facts

Tirada de uma das surpresas de 2012, o disco House Of Tolerance, “Sad Facts” é uma das músicas brasileiras de produção mais sofisticada.

 

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KANYE WEST Feat. BIG SEAN, PUSHA T & 2 CHAINZ – “Mercy

2012 foi um ano de pouco Kanye West na mídia. E por pouco, entenda, um disco inteiro feito em colaborações, o projeto G.O.O.D. Music. No entanto, a repercussão não foi tão intensa quanto anos anteriors. Mas, rendeu essa ótima “Mercy”, cheia de invenção nos arranjos.

 

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SKY FERREIRA – “Everything Is Embarrassing

Beldade que parece ter saído de um editorial da Vogue, a americana Sky Ferreira (descendente de brasileiros) é um dos nomes para ficar de olho em 2013. De seu EP lançado este ano, esta faixa é a mais sexy e interessante de todas.

 

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CURUMIN – “Passarinho

“Passarinho”, feito em parceria com Russo Passapusso, tem uma das melodias mais grudentas e emotivas do pop brasileiro em 2013.

 

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ALUNAGEORGE – “Your Drums Your Love

Outra novidade para ficar de olho em 2013. A dupla AlunaGeorge traz boas ideias misturando soul e eletrônica, como é o caso desse “Your Drums Your Love”, faixa que revelou o duo. Tem a favor ainda a beleza e carisma dos dois integrantes.

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LETUCE – “Medo de Baleia

Sempre viajando no nonsense, a banda brasileira criou diversas faixas que chamam atenção pelo inusitado. “Medo de Baleia” talvez seja um dos sustos mais legais do álbum.

 

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SILVA – “Claridão

Silva conseguiu convencer depois de meses figurando como uma promessa do indie nacional. “Claridão” mostra sua proposta de unir brasilidade com eletrônica de um jeito pouco feito (sem afetação, bem dito).

 

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JAIR NEVES – “Pronto Para Morrer (O Poder De Uma Mentira Dita Mil Vezes

A gente sabe que música de Jair Neves pede EMOÇÃO!!!, assim mesmo, em caps. “Pronto Para Morrer” é o artista em seu modo mais conhecido, ou seja, peito rasgado.

 

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AB-SOUL feat. DANNY BROWN & JHENE AIKO – “Terrorist Threats

Ab-soul, outro destaque rapper do ano, chamou atenção por segurar bem um disco conceitual de Hip Hop. “Terririst Threats” é o cerne de sua história de paranóia e mundo totalitário.

 

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RODRIGO CAMPOS com JUÇARA MARÇAL – “Jardim Japão

Melhor faixa do disco novo de Rodrigo Campos, voz potente de Juçara Marçal, guitarra de Guilherme Held, batuques, sopro. Tudo está aí.

 

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USHER – “Climax

E aqui temos Usher reclamando seu posto de realeza rapper com um música perfeitinha nos moldes e incrivelmente pop, que o melhor a fazer é render-se logo.

 

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RACIONAIS MCS – “Mil Faces de Um Homem Leal

Racionais MCs conseguiram mais uma vez chamar atenção em seu discurso político, desta vez com um rap poderoso sobre o líder Carlos Marighella, herói da luta armada contra a Ditadura.

 

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CARLY RAE JEPSEN – “Call Me Maybe

“Call Me Maybe” é boa em toda a sua simplicidade. Revitaliza o que a música pop tem de melhor que é ser pegajosa e dominar mentes como um viral. É tão reconhecível e apelativa que motivou diversas versões, memes e afins. Basta catar no YouTube, de criancinhas em programas de auditório a soldados americanos.

 

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VITOR ARAÚJO – “Baião

Tirado do lado mais “pesado” de seu disco com duas faces bem definidas, “Baião” é uma amostra do talento de Vitor em unir sua educação musical erudita com seu gosto por rock e sons mais experimentais.

 

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THIAGO PETHIT – “Pas de Deux

Pegando como referências dândis e estéticas decadentes dos anos 50, Thiago Pethit trouxe para “Pas de Deux” sua conhecida teatralidade, em uma das faixas mais legais de seu disco novo.

 
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HOT CHIP – “Flutes

Por apostar no bom trabalho que já vinham fazendo, o Hot Chip não ousou muito neste novo disco. “Flutes” é mais uma amostra que eles destacam-se até quando decidem ficar na zona de segurança.

 

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LUCAS SANTTANA – “O Deus Que Devasta Mas Também Cura

Narrando o fim do mundo, Lucas Santtana cria uma dramática canção que, no final, fala de amor e saudade. A faixa é o título de seu mais novo disco, um dos destaques do ano.

 

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OS SERTÕES – “Da Infância

Projeto do ex-Cordel do Fogo Encantado, Clayton Barros, Os Sertões trouxe um frescor às ideias que temos do universo sertanejo. “Da Infância” mostra como o Interior pode ser pop e ao mesmo tempo trazer todas as referências já conhecidas.

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GRIMES – “Oblivion

Estranhíssima, “Oblivion” é a faixa que pode resumir os dias de hoje, quando as regras do pop vão caindo para dar lugar a seres que fogem da curva padrão, caso de Grimes, garota que traz novidade sem sua caixinha de música.

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FIONA APPLE – “Every Single Night

Confessional ao extremo, Fiona Apple chegou toda irônica nesta faixa, o primeiro single do novo disco (o que é confirmado pelo clipe com um polvo na cabeça).

Fotos: Caroline Bittencourt

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OTTO – “Dia Claro

Faixa que abre o novo disco de Otto, “Dia Claro” mostra o músico falando de saudade, trazendo referências do brega e injetando criatividade no cancioneiro romântico brasileiro.

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SOLANGE – “Losing You

A irmã indie de Beyoncé pode parecer muito pouco para Solange, uma grata surpresa no universo de vozes femininas. Pop de produção sofisticada, com um toque do melhor que a eletrônica criou nos anos 2000.

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CRYSTAL CASTLES – “Violent Youth

O Crystal Castles reforçou que segue sabendo criar poderosos hits para pista, mesmo esse, parte de sua fase mais ~emotiva~ e melancólica.

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DIRTY PROJECTORS – “Gun Has No Trigger

O pop experimental foi bem representado este ano por Dirty Projectors, que entregou faixas inventivas como essa “Gun Has No Trigger”.

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FIONA APPLE – “Werewolf

Faixa mais poderosa do disco novo de Fiona Apple, “Werewolf” traz a cantora em seu momento mais conhecido, ou seja, sendo bem confessional nas letras e furiosa em sua interpretação.

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GABY AMARANTOS – “Ex My Love

Impossível passar incólume por 2012 sem ouvir “Ex My Love”, faixa que levou o tecnobrega ao mainstream e fez com que Gaby Amarantos explodisse no Brasil todo.

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TAME IMPALA – “Feels Like We Only Go Backwards

A banda renovou a psicodelia com essa faixa que o melhor exemplo do ótimo disco que o Tame Impala entregou este ano.

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BEACH HOUSE – “Lazuli

A faixa “Lazuli” é a que melhor resume o disco novo do Beach House, Bloom. Tem drama, uma produção que privilegia a voz abafada, a estética embaçada como se tivéssemos um filtro de Instagram na música. O dream-pop conseguiu dar um ar de superação depois que diversos grupos naufragaram na tentativa de trazer algo novo ao gênero.

Melancólica como pede o repertório do estilo, consegue evoluir para transformar-se em uma faixa altiva, sem deixar de ser delicada. A banda conseguiu seu intento de criar uma trilha para aquele desejo escondido que todos sentimos. Para ouvir, de preferência, sozinho.

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GRIZZLY BEAR – “Yet Again

É por isso que o universo independente sempre coloca tanta expectativa em um disco do Grizzly Bear. Vejamos “Yet Again”. Tudo o que esperamos de uma música clássica do rock alternativo está presente aqui: guitarras demais, vocal triste, quase choroso, letras dúbias, perfeitas para encaixar em qualquer situação infinitamente pessoal.

Por mais que tal descrição reduza as possibilidades artísticas da banda, “Yet Again” ainda é o hit que aguardamos para nos emocionar. Desta vez, a nosso favor temos um Grizzly Bear mais emotivo, com mais extroversão. Sem falar na produção caprichada, que consegue trabalhar a voz de Edward Droste (nosso herói romântico de hoje), ao mesmo tempo em que esconde detalhes de orquestração que ajudam no final abrupto.

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CAETANO VELOSO – “A Bossa Nova É Foda

Existe aquela máxima de que ninguém mais aguenta ouvir as opiniões de Caetano Veloso para qualquer coisa. Parece que ele usou essa tiração de onda a seu favor em “A Bossa Nova É Foda”, primeira faixa de trabalho de seu novo disco, Abraçaço. “Um tom de tudo”, como ele mesmo diz, que coube lutadores de MMA, Rio de Janeiro, sábios gregos, Carnaval, samba de roda, e diversas outras coisas.

Irônico, Caetano usou o frescor roqueiro de sua banda Cê para fazer um hit estrelado por um palavrão e que rende várias interpretações. É seu modo sarcástico de brincar com a própria idade, com o ridículo e mostrar às novas e velhas gerações que ele ainda está no auge de sua capacidade de inventar.

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KILLER MIKE – “Reagan

Não é tão difícil imaginar as razões de Killer Mike ser um dos destaques do rapper em 2012. “Reagan” resume sua intenção em ser inovador no gênero, ainda muito ligado aos mesmos temas de superação de adversidades, ostentação e letras sobre amor. Mike não. Ele quer falar de política internacional, relativizar a história dos EUA, falar de contradições do sonho norte-americano, citar Barack Obama, Kadafi, Afeganistão.

Tudo isso numa produção luxuosa assinada por El-P, outro que segue experimentando no Hip Hop. Com sua narrativa tensa, a faixa mostra líderes mundiais como peças de um jogo de controle mundial. Não só é relevante e com timing para os tempos atuais, “Reagan” ainda é poderosa como uma das mais criativas e explosivas faixas de rap dos últimos anos.

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TULIPA RUIZ com CRIOLO – “Víbora

Tulipa Ruiz sabe que sua voz é seu grande amuleto, um apuro vocal que hoje poucas vezes nos esbarramos no pop. “Víbora” é a melhor faixa do disco novo dela, Tudo Tanto, e é também a que melhor mostra a criatividade para trabalhar tantos tons, tantas nuances, tantas variações.

Tulipa chamou o amigo Criolo para sussurros numa faixa que fala da superação feminina em relação a um homem cafajeste, um equívoco. O poder das palavras que saem da música são potencializadas pelos diversos timbres da cantora. Pra completar, “Víbora” traz ainda algumas surpresas, tanto na evolução dos arranjos quanto na interpretação de Tulipa que vai até o final numa entrega total.

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SIBA – “Ariana

Que Siba, ex-Fuloresta do Samba, conseguiu unir a tradição dos músicos da Zona da Mata pernambucana à efervescência pop das bandas do Recife, isso não é mais nenhuma surpresa. O que não sabíamos é que ele seria capa de entregar uma faixa tão pop como “Ariana”. Parte do disco que trouxe uma renovação à carreira do cantor, a faixa resume bem o talento de Siba como letrista, referência que ele traz dos costumes orais do Interior.

A música pode ser apreciada pela sua levada roqueira, que tem direito a lalalás, pela sua mudança de direção na metade final, pelo sotaque pernambucanês acentuado, ou ainda pela letra com passagens geniais como “Ronca o céu, treme a terra, abala o Norte, se esparramam as sombras sobre o sul. São os sonhos e a noite, irmãos da Morte. Só sobrou nós dois no manto azul”. Um Siba renovado que passamos a conhecer.

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KENDRICK LAMAR – “Bitch Don’t Kill My Vibe

Kendrick Lamar conseguiu lucrar com aquele clichê literário que diz “fale de sua aldeia e seja universal”, no caso dele, Compton, cidade da Califórnia, nos EUA. Nas diversas faixas do disco, causos da infância e juventude de Lamar com seus “manos”, incluindo roubos bem-sucedidos, primeiros passos como rapper, violência e outros temas.

“Bitch Don’t Kill My Vibe”, a melhor faixa do disco, nem tem uma narrativa assim tão comovente como diversas outras músicas, mas consegue resumir o clima deste trabalho do rapper. Em tom confessional, ela é mais carregada de sentimentos, mas dito em tom abusado. É como uma música de vitória, com letra sobre superação e um ritmo que envolve e é dançante como fazia tempo o Hip Hop não era. Melhor faixa de rap de 2012 ponto.

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CÉU – “Retrovisor

“Retroviso” é a primeira faixa de trabalho de Caravana Sereia Bloom, disco novo de Céu lançado este ano. Como é conhecido no trabalho da cantora, temos a presença de sonoridades dub, reagge e alguma música eletrônica. O que ela traz de novo aqui é sua malemolência ainda mais acentuada, sobretudo pela voz, num tom que por vezes parece falhar.

Os arranjos de Fernando Catatau dão uma estética brega, decadente que combina bastante com o conceito de “disco de estrada” que a cantora tentou imprimir em todas as faixas do trabalho. Há ainda algo de trip hop, uma Beth Gibbons do mato. Ou seja, mesmo quando Céu trabalha em caminhos já conhecidos, ela vai trazendo coisas novas, renovando sua estética cada vez mais particular e original.

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FRANK OCEAN – “Pyramids

A faixa ganhou um clipe que cortou pedaços da faixa, a mais impressionante do álbum Channel Orange, lançado este ano. Pois bem, com seus quase 10 minutos de duração, “Pyramids” faz uma trajetória que remonta ao antigo Egito para falar de Cleópatra, de como sua presença era uma definição de poder, para ir até os dias atuais, colocando pirâmides como quartos de motéis e boates de stripper e falando de decandentes prostituas, mas com igual encanto.

Ocean, que antes da fama trabalhava como compositor para o mercado de música pop criou um clássico sobre sexo com letra que surpreende pela narrativa bem estruturada. Musicalmente, a faixa é a melhor junção da tradicional canção de R&B com tendência modernas. Criatividade para inventar o cantor tem, visto o sucesso que conseguiu com sua mixtape, Nostalgia, Ultra,, o que chamou atenção para seu trabalho.

E foi essa capacidade de inovar que ele trouxe para “Pyramids”, e todo o disco. Como plus, a faixa traz uma última mudança de ritmo (de mais de três ao longo dos 10 minutos), que é o solo de guitarra de John Mayer ao fundo. Este foi mesmo o ano de Ocean, que assumiu a homossexualidade, chamou atenção do mercado, e criou todo um novo panorama para artistas de sua geração.

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M.I.A. – “Bad Girls

A cantora anglocingalesa M.I.A. fecha o ano como dona da melhor música de 2012 após criar muita expectativa com um disco que nunca veio. Prometido para este ano, Mathangi foi adiado para o ano que vem. Se seguir a mesma proposta e explosão de “Bad Girls”, podemos dizer que ela voltou aos seus melhores momentos, mais precisamente a fase Arular e Kala, seus dois primeiros álbuns. A música mistura temas caros à artista, como militarismo, feminismo, crítica ao mundo do consumo e traz, claro, o velho mix de música eletrônica com pinceladas étnicas, neste caso danças do Oriente Médio.

Controversa, M.I.A. segue como uma das mais importantes artistas desta década, justamente por ainda ser ímã de referências de um mundo à margem da civilização. Ela é como seus desenhos e roupas que veste, cheia de texturas, padrões, cores, que muitas vezes parecem não combinar – mas, é tudo parte de um caos orquestrado.

Entre brigas com jornalistas, uma apresentação muito discutida no Super Bowl, parceria com Madonna e um incrível clipe desta faixa, podemos dizer que 2012 foi bem aproveitado para ela. Resta saber se essa força criativa vai perdurar até a saída do álbum cheio.