Manteiga no pão #1: Helder Bezerra, do Sweet Fanny Adams

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Foto: Netun Lima

Um dos maiores prazeres para quem é apaixonado por música é descobrir o gosto alheio, catar dicas e ter aquela motivação de ir atrás para conhecer. A Revista O Grito! inaugura mais uma seção para que os artistas possam dizer o que mais gostam de ouvir e o que mais os marcaram. Decidimos fugir do clichê desse tipo de material e incluímos perguntas nonsense, afinal, não há nada mais subjetivo que o gosto pessoal.

Para esse primeiro número, convidamos o guitarrista do Sweet Fanny Adams, Helder Bezerra. A banda se prepara para lançar novo disco este semestre e tocam no Rec-Beat, no Carnaval do Recife. Helder falou que não tem nenhum herói no indie brasileiro e elencou um playlist para músicas de amor. E outra informação importante. O nome da seção é uma homenagem à saudosa e extinta revista Zero, que circulou de forma independente no início dos anos 2000. Ela tinha uma seção como essa no final e uma das perguntas feitas numa das entrevistas era justamente essa: “qual a música ideal para ouvir passando manteiga no pão”?

Primeiro disco que comprou na vida… e o primeiro que baixou.
Demorei para comprar discos, já que tenho dois irmãos mais velhos que se encarregavam desta tarefa, enquanto eu jogava Nintendo. Lembro que meu primeiro vinil foi o “Come Back Hard Again” dos Fat Boys, mas pela minha idade na época, devo ter pedido de aniversário. Não consigo lembrar o primeiro disco que realmente entrei numa loja e comprei. E o “Kid A” do Radiohead foi o primeiro álbum que baixei completo mesmo.

Quem o inspirava quando tentava aprender a tocar? Quem tentava imitar.
Bernard Butler do Suede e Johnny Marr do The Smiths, mas como não conseguia tocar nada, tinha que partir pro Johnny Ramone.

Disco para ouvir irritado.
Um single: “Stress” – Justice.

Herói indie nacional.
Nenhum.

Disco para ouvir bêbado.
Frank Sinatra é bourbon na certa. Burt Bacharach também. Serge Gainsbourg também.
“Discovery” do Daft Punk é vodka na certa. ” The Black Album” do Jay-Z também.
“Kala” de M.I.A. é mojito na certa. Buena Vista Social Club também.
“London Calling” do Clash é cerveja na certa. “Darklands” do The Jesus & Mary Chain também.
Enfim, tudo depende do momento, apesar de fazer bastante tempo que escutei estes discos.

Lugar que sonha em tocar.
Não tem um lugar específico, mas sinto muita falta de festivais durante o dia e com muito sol e cerveja, como os que acontecem durante o verão europeu. O clima é ótimo.

Música do Sweet Fanny Adams que mais te marcou.
“A Window”. Ainda não foi gravada oficialmente, mas muito em breve estará disponível.

Melhor música de amor.
Se eu for parar para pensar na melhor vai durar uma eternidade. Então, vou citar algumas músicas bonitas que apareceram no shuffle nas últimas semanas:

Heart of Chambers” – Beach House
“God Only Knows” – Beach Boys
To The End” – Blur
Julia” – The Beatles
Knife” – Grizzly Bear
Here Today Gone Tomorrow” – The Ramones

Disco para ouvir passando manteiga no pão.
Ain´t That Good News” – Sam Cooke.
Lady Sings The Blues” – Billie Holiday.
“The Smiths” – The Smiths.