Livro: Morrissey sabe cantar, mas não sabe escrever

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Da Revista O Grito!, em Londres

Morrissey, o ex-vocalista do The Smiths, resolveu também virar romancista e acaba de lançar pela Penguin Books List of the Lost (A Lista dos Perdidos, ainda sem tradução para o português). O romance está em destaque nas vitrines das livrarias londrinas e até já entrou em listas de mais vendidos, a despeito das primeiras críticas que simplesmente arrasaram com essa aventura literária do cantor.

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A trama de List of the Lost envolve quatro rapazes universitários, da cidade de Boston, em treinamento para participar de uma corrida de revezamento com bastão. Ela tem início durante um passeio pela floresta, quando Ezra, Nails, Justy e Harri são abordados por um vagabundo que depois de fazer um longo discurso tenta acariciar os testículos de Ezra. O jovem então mata o mendigo com um único soco e os quatro escondem o corpo e decidem não contar nada sobre o assassinato.

Quase no mesmo momento, a mãe de Harri morre e quando ele sabe, comete suicídio. No velório de Harri, Ezra passa a ser seguido pelo fantasma da mãe de um menino que foi sexualmente abusado e depois assassinado pelo reitor da faculdade que os rapazes frequentam. Depois de uma séries de quiproquós, Ezra sofre um acidente de carro com sua namorada, acaba também morrendo e encontrando o fantasma do vagabundo que ele assassinou.

Com esse argumento desajeitado, o livro está sendo considerado uma das piores coisas publicadas nos últimos tempos e, segundo o jornal The Guardian, só um editor pouco criterioso poderia ter colocado entre duas capas algo tão ruim. O crítico Michael Hann chegou a chamar List of The Lost de um “cocô” saído da imaginação de Morrissey, informando aos seus leitores que a única coisas que eles precisavam saber é que não deviam comprar o livro.

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Nos artigos sobre o List of the Lost, foi não foi alguém implora para que o cantor não escreva novos romances. Os motivos apontados para a repercussão negativa são muitos e vão desde o fato do romance não ter um argumento claro e com foco, como também por ele conter muitos erros gramaticais, além de ser verborrágico, bobo, com uma linguagem pretensiosa e servir apenas para Morrissey inflar seu ego, remoendo as suas obsessões pessoais.

Pelo visto, como observou Sam Fishwick, no Evening Standard, a ficção trash criada por Morrissey pode até virar obra cult daqui a algum tempo, porque segundo o jornalista “ela é tão medonha que é boa para se dar risadas”

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