Kings Of Convenience | Declare Of Dependence

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DORES ACÚSTICAS
Cinco anos depois, banda volta mais contudente – e desencantada – em suas letras sobre relacionamentos e amores

KINGS OF CONVENIENCE
Declare Of Dependence
[Virgin, 2009]

kings452O apaixonado que achava providencial as letras do grupo norueguês Kings Of Convenience, como forma de emocionar o parceiro ou parceira vai se desapontar com este novo disco da dupla formada por Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe. Declare Of Dependence mostra um lado mais amargo, ou talvez realista sobre os relacionamentos, o amor e outros temas que o grupo sempre tratou.

No entanto, tudo ainda esta lá. A dupla de violões, a total ausência de percussão ou batidas eletrônicas, os vocais delicados e sussurrados. Não há definitivamente nada de novo no som do grupo, por isso, são os detalhes e o conceito do álbum que chamam atenção. E essa mudança nas letras demonstra um amadurecimento (alguns dirão “endurecimento”) da dupla, que, entre o disco anterior, Riot On An Empty Street e esse, esperaram cinco anos.

Em “Boat Behind”, tem a triste constatação da separação, seguida da consternação em saber que, de fato, não daria certo. “Eu nunca poderia pertencer a você”, diz a letra. Já “Rule My World” é um lamento, cantado num violão ensolarado que pode emocionar quem acabou de se separar. Fala, sobretudo dos erros cometidos.

Essa conexão com a dor pode ser um trunfo para o Kings Of Convenience, que, com temas mais lúgubres, adentraram num terreno menos juvenil e romântico. São temas tristes que encontrarão resposta de um público acostumado com o indie-folk tristonho e crônico. Se conceitualmente houve essa pequena ousadia, uma maior experimentação nos arranjos, nas melodias, poderia ser tentado. Aqui não há nem mesmo um candidato a hit, como houveram anteriormente com “Misread” e “Cayman Islands”.

Declare Of Dependence tem lançamento esta primeira semana de outubro. Como o disco não é uma ode ao sofrimento, ainda existe lugar para petardos fofos, como “Me in You” e “Mrs Cold”, o primeiro single. No final, a banda continua com sua empatia em alta por saber como ninguém descrever a importância que damos em sermos correspondidos.

NOTA: 7,5

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Editor