Filme Slam – Voz de Levante retrata movimento que une rap, poesia e crítica social

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Cena de Slam - Voz de Levante, que estreia em circuito após rodar festivais. (Divulgação).

O filme Slam – Voz de Levante acompanha o surgimento e crescimento do movimento que mistura poesia, performance e críticas sociais, no Brasil e no mundo. O documentário estreia nos cinemas no dia 22 de novembro.

Ao longo dos 81 minutos, Roberta Estrela D’Alva, uma experiente slammaster (uma apresentadora de ‘slam’), conduz o espectador por competições de Poetry Slam – batalhas performáticas de poesia – onde os jogadores rimam jogos poéticos de críticas políticas, de injustiças sociais e, principalmente, de resistência.

O filme, dirigido por Tatiana Lohmann e Estrela D´Alva, visita clubes em Nova York e Chicago; atravessa o oceano até o campeonato mundial de slam em Paris e volta para as cidades do Rio e de São Paulo. Nesse caminho, vão se revelando os bastidores deste movimento, talentos dos mais diversos países e poesias tão eletrizantes quanto emocionantes.

Completando 10 anos de chegada ao Brasil, os Poetry Slams são batalhas de poesias performáticas que unem texto com a habilidade de apresentá-lo no palco. O público é peça fundamental deste “jogo” e tem a permissão (e talvez a responsabilidade) de participar ativamente das disputas. Celebrada em todo o mundo, as apresentações têm se alastrado com enorme impacto no público jovem e periférico. Hoje, já existem mais de 150 comunidades espalhadas em 18 estados do país. E é isso que o filme mostra!

Filmado entre 2011 e 2017, o longa culmina com a participação da brasileira Luz Ribeiro na Copa do Mundo de Slam em Paris. Nas competições, os poetas apresentam suas experiências, vivências e pensamentos de maneira muito pessoal. Nas poesias de cunho político, digerem as mazelas culturais de seu país de origem e quase como uma forma de redenção, transformam sua indignação em poesia.

“Ocupar os espaços públicos é uma vocação do Poetry Slam no Brasil. São raros os slams indoors por aqui, o que reforça ainda mais o seu caráter político. Não que lá fora não exista esse caráter político, mas aqui é especificamente forte. O boom dos slams dos últimos anos aconteceu em sincronia com o grande balanço político pelo qual o país vem passando. A questão racial, o feminismo, a questão do transgênero e a luta de classes são assuntos recorrentes na cena de Slam brasileira” esclarece Tatiana Lohmann.

A poeta Roberta Estrela D’Alva, uma das diretoras do longa, é fundadora do movimento, que apareceu em 2008 no Brasil, completa 10 anos neste ano e vem crescendo cada vez mais . O Slam ganhou espaço tanto em eventos tradicionais de literatura como a Bienal do Livro de São Paulo, como em outros dedicados especificamente literatura periférica e negra como a FLUP (Festa Literária das Periferias), programada para novembro no Rio.

Exibido com sucesso na Mostra Internacional de São Paulo do ano passado, o documentário conquistou os prêmios de Melhor Direção de Documentário e Prêmio Especial do Júri no Festival do Rio de 2017, e o prêmio de Melhor Filme Nacional no Festival Internacional Mulheres No Cinema (FIMCINE).

Trilha sonora

Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva assinam a trilha sonora que traz uma compilação de vozes contemporâneas com alguns dos mais relevantes nomes do funk, rap, pop e rock nacional como MV Bill, Liniker, Ellen Oléria, MC Daleste, MC Marechal e Karina Buhr, entre outros.

A faixa “Levante”, interpretada por Lurdez da Luz, é assinada pelo internacionalmente renomado produtor musical Alexandre Basa. A trilha conta ainda com a participação especial da artista de spoken word norte-americana Jessica Care Moore.

Veja o nosso podcast sobre Slam no Recife: