Festival Coco de Roda Olinda Zumbi celebra consciência negra com festa e resistência

aurinha
Dona Aurinha do Coco é um dos destaques. (Divulgação).
Dona Aurinha do Coco é um dos destaques. (Divulgação).
Dona Aurinha do Coco é um dos destaques. (Divulgação).

No dia 20 de Novembro, data em que se celebra a Consciência Negra no Brasil, Olinda receberá a terceira edição do Festival Coco de Roda Olinda Zumbi. A festa contará com a participação de Zeca do Rolete, Dona Aurinha do Coco, Maracatu Estrela Brilhante do Recife, Coco da Resistência, Coco das Mulheres, além da participação do Afoxé Babá Orixalá Fun Fun, Afoxé Povo dos Ventos, Conexão Hip Hop Afrobeat e NK Cúmbia. O evento é aberto ao público, com entrada franca.

Na ocasião, também será lançado o novo disco do Coco de Umbigada, Tá Na Hora do Pau Comer, bem como o primeiro clipe da banda. As produções contaram com os trabalhos técnicos de Buguinha Dub e Gilú Amaral. Já a direção do clipe leva a assinatura de Nilton Pereira.

O Festival Coco de Roda Olinda Zumbi é promovido pelo Centro Cultural Coco de Umbigada, que há 18 anos, sempre no primeiro sábado de cada mês, mobiliza a comunidade do Guadalupe em torno da já tradicional Sambada de Coco do Guadalupe. Uma festa popular que vem desde os tempos dos avós de Quinho Caetés, conhecido percussionista pernambucano. Juntamente com sua esposa, a Yalorixá Beth de Oxum, ajudam a ressignificar as vidas das famílias moradoras do Guadalupe com arte, dança, música e tecnologia.

O Guadalupe é o bairro onde dona Selma do Coco viveu por mais de 50 anos, e uma de suas últimas apresentações foi durante a primeira edição do Festival Coco de Roda Zumbi Olinda, em que foi homenageada pela sua rica contribuição para a expansão do ritmo em todo o território nacional. Hoje, podemos dizer que o Guadalupe é o quilombo do Coco de Roda no Brasil.

Dança tradicional do Nordeste, o Coco de Roda tem sua origem na união da cultura negra com os povos indígenas, e tornou-se um modo privilegiado de transmissão e manutenção do conhecimento e da tradição popular. Sua difusão e manutenção como expressão cultural deve-se unicamente à resistência de mestres coquistas – como Dona Selma, Dona Aurinha e Mãe Beth de Oxum, que com sua entrega incondicional à cultura pernambucana, mantêm viva a brincadeira do Coco através dos tempos.

Em um país onde jovens negros são assassinados diariamente, a existência de um evento desse porte, onde a comunidade pode trabalhar, tocar sua música, contar e escrever suas histórias, produzir sua cultura e aprender os direitos a cidadania, é motivo de orgulho para cada pessoa que vive e participa desse momento.