Escritor pernambucano Mário Rodrigues fala de futebol, Era Collor e violência no romance de estreia A Cobrança

mario rodrigues

O escritor pernambucano Mário Rodrigues, vencedor do Prêmio Sesc 2016 na categoria contos, lança agora o seu primeiro romance, A Cobrança, que sai pela Record.

No livro, sobre jogador que nasceu no ano da Constituição de 1988 e está prestes a cobrar um pênalti para o Brasil na Copa, o autor reflete sobre política e história no país do futebol.

Rodrigues, natural de Garanhuns, lança um novo olhar sobre a chamada Era Collor, quando um país eufórico pela redemocratização acaba por expor algumas das chagas mais profundas. O autor venceu o Prêmio Sesc de Literatura, um dos mais importantes do país, com Receita para se fazer um monstro.

O protagonista, nascido em 1988 – mesmo ano da nossa última Constituição – é um jogador de futebol consagrado, prestes a cobrar o quinto pênalti do Brasil contra a Alemanha, que já havia convertido os seus cinco. Se fizer o gol, cumpre sua parte e o Brasil pode se tornar hexacampeão, fechando definitivamente a ferida aberta no vergonhoso 7 a 1. Mas, se errar, voltamos à banal condição de vice. Esse instante, congelado no tempo, também é uma chance de se vingar não da Alemanha, mas do próprio Brasil, que tanto negou, confiscou, roubou do seu povo.

Rodrigues constrói a narrativa alternando entre a jornada que o protagonista percorreu ao longo de sua vida, o momento em que ele se encontra de frente para o gol e a história do Brasil. “Saúva tem a chance de se vingar do país através de um pequeno gesto: um chute”, afirma Rodrigues, em entrevista ao Blog da Record.

O livro, com 208 páginas, já está à venda por R$ 37,90. acobranca