Crítica: Um Camenzind | Frequencies

wallacecosta16

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Wallace Costa, com o projeto Um Camezind, convence pouco na sua aventura experimental lo-fi

Wallace Costa é um dos nomes mais persistentes da música independente brasileira. Vindo do interior de São Paulo, da cidade de Cruzeiro, ele fixou sua base no Rio de Janeiro. Este seu novo projeto, Um Camenzind, o faz militar mais uma vez pelo lo-fi, experimentalismos folks, desta vez com muito teclados, climas, barulhinhos. É também o mais melancólico de todos os projetos diy que já fez.

Frequencies é um álbum que requer paciência. Ao mesmo tempo em que a proposta trazida por Costa pareçam interessantes para quem tem ouvido apurado para tanto experimentalismo, por outro, falta um acréscimo sedutor que convide o ouvinte a se aventurar. Foi esse charme, um quociente não mensurável, que deu origem a diversos discos clássicos – mas igualmente difíceis de serem deglutidos por uma parcela do público.

O que Um Camenzind – o nome é uma referência a uma obra de Herman Hesse – parece fazer é aquele velho risco das bandas experimentais: o pulo cego, a aposta na via mais extrema da desconstrução sonora. Não há um convite a explorar algo desconhecido, revelação de possibilidades que estavam encobertas, charme de revelar algo novo ou mesmo um apelo pop que se esconde nos álbuns mais conceituais. O que temos é um emaranhado. [Paulo Floro]

umcamenzind frequenciesUM CAMENZIND
Frequencies
[Independente, 2012]
[Baixe o disco]

Nota: 5.9