Crítica: The Cranberries | Roses

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NOVA CHANCE PARA OS VETERANOS
Novo disco do Cranberries não traz nada de novo, mas acerta ao matar saudade dos fãs

Por Paulo Floro

Lembra daquela banda irlandesa, o Cranberries? Bastante afastados da mídia, ou melhor, do pop relevante feito hoje, o grupo lança em maio seu novo disco, Roses, que já vazou online. E, por mais que seja ruim recorrer ao clichê de dizer que tal disco é “honesto”, é exatamente esta a proposta da banda neste trabalho: algo construído basicamente para os fãs sem nenhuma inovação e pouca criatividade que supere seus sucessos anteriores.

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Produzido por Stephen Street (Blur, Kaiser Chiefs), é o primeiro registro em estúdio em dez anos e marca um reviravolta para o grupo, que vinha aproveitando seguidos lançamentos de coletâneas e discos ao vivo. Agora, irão inclusive cair na estrada, com shows agendados até o final deste ano. Uma reunião como deve ser: disco de inéditas e apresentações ao vivo. Por isso, mais uma vez é fácil recorrer ao chavão: honestos, o Cranberries não estão com intuito de apenas monetizar em cima do sucesso passado, como fazem muitas bandas egressas de outras décadas.

O problema é que Roses não traz nada de novo e parece uma tentativa de decalcar os hits de discos bons como To the Faithful Departed (1996), No Need to Argue (1994) e a estreia, Everybody Else Is Doing It, So Why Can’t We? (1993). Para os fãs, no entanto, não tem forma melhor de matar saudade. Músicas como “Show Me” e “Schizophrenic Playboy” têm cara de hits. Já o primeiro single, “Tomorrow” cumpre bem o papel de ser o cartão de visitas por congregar tudo o que uma boa música do Cranberries pede: pop rock de estrutura padrão, refrão fácil e um leve tom melancólico.

Da volta dos irlandeses, o melhor mesmo é matar a saudade da voz de Dolores O’Riordan, uma das heroínas do rock alternativo dos anos 1990, hoje com 40 anos.

220px Roses coverTHE CRANBERRIES
Roses
[Cooking Vynil/Downtown Records, 2012]

Nota: 6,5

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