Crítica: Siba | Avante

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Divulgação

Siba é o Guitar Hero da Zona da Mata em novo disco

Por Juliana Simon
Em São Paulo

Guitarras por todos os lados. Siba foi invadido e, dos tempos de Mestre Ambrósio e Fuloresta, só sobrou o bigode. Em Avante, saíram o maracatu, o frevo e as cirandas – pelo menos, como se conhecia – e entrou o rock. Nazaré da Mata, ganhaste um “guitar hero” para chamar de tua.

A cadência do repente ainda chama a atenção na interpretação das 11 faixas do trabalho do cantor, mas sai muito menos “declamada” que antes. “Causos”, amor de mulher de filho, poesia pura estão nas letras lapidadas e impecáveis. Mas o que são as guitarras? A ideia, segundo o músico, partiu de audições de Cidadão Instigado, de Método Tufo de Experiências, de Fernando Catatau. O guitarrista cearense não só inspirou a guinada de “Avante”, como co-produziu e mixou o trabalho.

A empreitada deu muito certo e não há uma faixa sequer que o instrumento não desponte como destaque. Não mãos de Siba, ela se vira rasgada em“Avante”, violeira em “Um Verso Preso”, singela na lindíssima instrumental “Mute”, carnavalesca em “A Bagaceira” e por aí vai, faixa a faixa de acordes versáteis.

O filho da zona da mata pernambucana salta para o urbano sem deixar as raízes, mas agora em companhia de amplificadores e pedais. Avante é imperdível para quem se encanta com poesia e sonoridades à enésima potência.

siba capaSIBA
Avante
[Independente, 2012]
[Recomendado]

Nota: 9,2