Crítica: Restart | Geração Z

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NOSSO ROCK É DIFERENTE DE VOCÊ
Apesar das críticas, banda mostra personalidade, e ainda que precise evoluir, está claramente demonstrando evolução na sonoridade

Por Marco Vieira

Muitas pessoas se revoltaram com a dominância do grupo teen Restart no VMB 2010, alegando que o que eles fazem nem pode ser chamado de música. Pois os criadores do happy-rock, enquanto fenômeno pop, merecem alguma consideração, embasado desde o impagável webhit ‘Puta falta de sacanagem‘ até uma abordagem de relacionamentos nunca vista no mercado musical brasileiro, que provocou um interessante contraste com o veio antes, desde a platonicidade de Sandy & Júnior até a lamentação de NX Zero.

Geração Z é o nome dado ao grupo de pessoas que nasceu na segunda metade do anos 90, ou seja, a maior parcela do público da banda. A mudança dos arranjos nesse segundo álbum de inéditas é notável, dando-se preferência à instrumentação acústica. Grande parte das faixas só se justificam por algum humor adolescente, que legitima e se identifica com todas as referências usadas pela banda. E ainda que esses meninos tenham demonstrado personalidade, algumas canções retornam ao período tenebroso do pop infanto-juvenil, quando nomes como Br’Oz faziam sucesso.

Eles voltam a ficar interessantes quando se arriscam em letras bregas e simples, com refrão grudento, caso de “Minha Estrela”, onde dizem “O amor, me pegou, guardo no meu peito o que, só me faz querer sorrir, com você”. Também acertam quando mandam música autobiográficas/recado para os haters à la Britney Spears, como pode ser percebido no refrão de “Nosso Rock”: ‘Nosso jeito de amar, é o jeito de pensar, é o jeito de viver, esse é o nosso rock’n’roll diferente de você’. A bateria e as guitarras aparecem aqui com mais força, indicando algum senso de evolução de disco.

O resto disco resvala por músicas sobre reconciliação, com refrões pop e letras do nível de “fui eu que errei”. De fazer tremer Luan Santana, que vai na mesma toada. Pobres corações sofridos, esses adolescentes. O Restart ainda traz surpresas, como o namoro com o hardcore melódico e uma antropomorfização do coração levada um pouco além do que de costume, caso de “O Que Eu Quis”. Para aqueles que torciam para que o grupo fosse apenas mais uma modinha, aí está uma má notícia: eles conseguiram mostrar consistência.

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Geração Z
[Radar, 2011]

NOTA: 5,5