Crítica: OZ – Mágico e Poderoso

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SEM BOROGODÓ
Com interpretações pouco marcantes e pouca profundidade, Oz: Mágico e Poderoso não convence

Por Fernando de Albuquerque

Nem mesmo o carisma e a beleza de James Franco salvam Oz: Mágico e Poderoso da fatalidade que é a superficialidade de interpretações que acometem esse filme. Para ser bem sincero, nenhum dos personagens convencem, nem mesmo a boneca de louça e o macaco alado. Os atores parecem descompassados, sem ritmo, como se tivessem lido o roteiro há poucos minutos da gravação de cada cena.

A interpretação de Franco parece ensaiar uma comédia burlesca que não se concretiza. As falas e atitudes de Theodora, interpretada por Mila Kunis, nos faz crer que estamos no meio de uma piada sobre 1º de abril – ela se diz uma bruxa boa e que foi enganada pela irmã. A bruxa que é verdadeiramente boa (só descobrimos a “verdade” depois no meio do segundo ato) Glinda, incorporada por Michelle Williams acaba carregando na fofurice e esquece que é preciso, invariavelmente, de um certo toque de verdade para criar aquilo que é a mais pura e confeitada fantasia.

Os que se lembram da história real de O Mágico de Oz, musical que embala até hoje o imaginário, custa a crer que Sam Raimi, diretor deste longa, seguiu firme e forte na empreitada de criar uma espécie de prequela para a história tradicional. Transformar um personagem tão importante e onírico para a própria Dorothy (que saiu em busca do famoso Mágico para voltar para casa) em um picareta mulherengo e destinado a qualquer coisa para ser rico e famoso macula todo o sentido da trama dos anos 30.

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Muitos pontos do filme bebem na fonte da história original, escrita por L. Frank Baum, em 1900. E aí poderíamos elencar o caminho de tijolos amarelos, o palácio de esmeralda, a existência de duas bruxas do mal, o tornado, o Kansas e o circo mambembe.

Qualquer elemento surpresa cai por terra no filme de Sam Raimi. Todos os segredos que com certeza prenderiam mais o espectador são revelados muitos antes das cenas realmente acontecerem. E nem precisa de spoiler para relevar que Evanora é realmente a bruxa má e que a menina de porcelana é quem vai ajudar todos nas cenas finais da trama. O filme não envolve. Faz o espectador um mero observador das sequências e que adivinha, a cada segundo, os próximos passos durante todo o longa.

É entretenimento fácil, com muito pieguismo e pouca rentabilidade para possíveis produtos out-bilheteria. Com certeza não se concretizará no fracasso que foi Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, mas também não deixará pequenas marcas como em Wall-e, ambos realizações dos estúdios da Disney.

ozOZ: MÁGICO E PODEROSO
De Sam Raimi
[Oz: The Great and Powerful, EUA, 2013]
Com Mila Kunis, James Franco, Michelle Williams

Nota: 3,5