Crítica: O Grande Mestre

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Filme-homenagem reconta história do mestre de Bruce Lee

Por André Azenha
Colaboração para a Revista O Grito!, em São Paulo

Se Hollywood costuma gerar tantas cinebiografias de seus ídolos do cinema, figuras políticas e outros nomes importantes para a cultura norte-americana, natural que em Hong Kong surja um longa-metragem que homenageie um dos maiores nomes naquilo em que eles sejam especialistas: as artes marciais.

É o caso dessa produção que retrata – como diz o título em português – um dos grandes mestres do kung fu: Yip Man, símbolo das artes marciais chinesas e que teve entre seus discípulos o também lendário Bruce Lee.

Realizado por um diretor com certa experiência, o longa tem como protagonista o ator Donnie Yem (participação em Blade 2), que soube compor um personagem tanto para as cenas do cotidiano como as sequencias de ação.

Aliás, as coreografias formam o ponto forte da produção, com duelos divertidos e bem filmados que ajudaram o filme a fazer sucesso de público no Oriente (garantindo uma continuação para esse ano mantendo diretor e ator principal) e ser premiado em eventos importantes do cinema asiático como o Festival Estudantil de Pequim (Diretor e Ator), Fant-Asia Film Festival e o Hong Kong Film Awards.

Pena que o roteiro seja irregular. A trama ora tenta soar engraçada, ora periga descambar para o melodrama, não dá maiores explicações sobre como Yip Man tornou-se um grande lutador e faz uso da ficção para tentar emocionar o espectador – o que o prejudica o filme como cinebiografia.

Mas se você não levar em conta esses deslizes, presenciará ótimas cenas de luta, como aquela em que o protagonista, prisioneiro do exército japonês que invadiu a China, desafia dez lutadores rivais para conseguir arroz e vingar a morte de um amigo. Ou o clímax do longa – um duelo entre Yip Man e um general nipônico.

O Grande Mestre é lançado direto em home vídeo no Brasil acertadamente. No cinema passaria em branco, mas em DVD tem tudo para encontrar seu público-alvo: fãs de e interessados em artes marciais. Só não caia na estratégia de divulgação que tanto fala em Bruce Lee.

Se você está interessado no filme para curtir referências ao astro de Operação Dragão (que neste só é citado nos créditos finais), aguarde a continuação, que focará o período em que Yip Man viveu em Hong Kong e depois conheceu um jovem Bruce Lee, a quem ensinou o Wing Chum.

O GRANDE MESTRE
Wilson Yip
[Chi, 2008]