Crítica – Livro: Sherlock Holmes ganha edição definitiva no Brasil

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Ilustração de João Pirolla.
Ilustração de João Pirolla.

GÊNIO INDOMÁVEL
Livro de luxo traz 17 histórias com todas as fases de Sherlock Holmes, o mais abusado e obsessivo detetive da literatura

Sherlock Holmes é um daqueles personagens que se transformaram em patrimônio da cultura pop mundial: pare qualquer pessoa na rua e é bem provável que alguém já terá ouvido falar no detetive. Criação do inglês Arthur Conan Doyle, Holmes ganha uma edição no Brasil à altura da sua importância com O Dia Em Que Sherlock Holmes Morreu (Tordesilhas). O álbum de luxo, com capa dura e ilustrações do paulistano João Pirolla, traz 17 histórias do personagem.

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Este novo livro de Sherlock Holmes é a porta de entrada definitiva para quem sempre ouviu falar do personagem, mas não leu uma única linha de suas histórias. As 17 histórias da obra foram escritas por Conan Doyle e abrangem todas as fases da carreira de Holmes, começando na descoberta de seus dons como detetive até sua aposentadoria.

Conhecido pelo seu comportamento excêntrico e uma sagacidade que beira o sobre-humano, Sherlock congrega todos os elementos dos heróis detetivescos ingleses que já faziam sucesso desde o início do século 19. O diferencial de Doyle foi criar um anti-herói com gênio difícil, mas incrivelmente carismático. Holmes não é movido por um senso de justiça altruísta, mas sim por uma necessidade obsessiva em superar seu próprio intelecto ao resolver problemas.

Nas histórias desse volume, temos em grande parte a narração do fiel parceiro de Holmes, Watson, personagem que tem profundidade e complexidade bem maior que apenas “o fiel escudeiro”. O sensor de humor é outra característica típica do texto de Conan Doyle, que desconstrói o tom sério das histórias típicas de detetive quase como um deboche. Há ainda espaço para muita ironia e sarcasmo, com críticas veladas ao comportamento da sociedade conservadora da Inglaterra do final do século 19.

Este volume da Tordesilhas conta com ilustrações de João Pirolla, artista paulista que bebe de fontes como Lourenço Mutarelli e Harry Clark. Sua arte soturna e expressiva serviu bem aos textos de Conan Doyle.

Para quem aprendeu a amar Sherlock Holmes por causa da ótima série da BBC estrelada por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman vai encontrar no livro a obra essencial para seguir amando um dos personagens mais complexos e interessantes da literatura mundial.

sherlock2O DIA EM QUE SHERLOCK HOLMES MORREU
Arthur Conan Doyle (texto) e João Pirolla (ilustrações)
[Tordesilhas, 400 páginas, R$ 75 / 2015]
Tradução: Daniel Knight

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