Crítica: Lætitia Sadier | Silencio

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Lætitia Sadier protesta contra governos em álbum mais político da carreira

Foto de David Thayer

A cantora francesa Lætitia Sadier, mais conhecida por fazer parte do Stereolab lança este mês, Silencio, seu segundo álbum solo. O trabalho aposta em uma proposta conceitual, que foca os recentes acontecimentos políticos envolvendo organização de cidadãos comuns, como os movimentos Occupy. “Vocês sabem onde estão seus governantes esta noite?”, diz a cantora.

Mas, Sadier protesta com delicadeza. Em outros momentos, ela demonstra apatia e tristeza sobre certas condições, como quando fala da frágil paz mundial, caso de “There is a Price to Pay for Freedom (and it isn’t Security)”. Há também momento para diversão e até alguma ironia, como a dançante “Fragment pour le future de l’homme”, que apesar do nome é praticamente toda cantada em inglês.

Apesar de trabalhar bem o disco conceitualmente, Sadier não encontra o tom certo para carregar a mensagem política. Sem uma empolgante trilha para embalar tanto engajamento, o disco perde consistência. Além de ritmos brasileiros, pianos melancólicos e certa pompa nos arranjos (caso de “The Rule Of Game”), Silencio é fraco de ideias no quesito melodia – um contraste com as letras tão bem trabalhadas. [Paulo Floro

silencioLAETITIA SADIER
Silencio
[Drag City, 2012]

Nota: 6,0

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