Crítica: Kick-Ass (HQ)

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Kick-Ass chega ao Brasil com estratégia impopular de lançamento
Livro de capa dura, a R$ 60, reflete miopia de mercado em época de downloads ilegais de scan

Do editor da Revista O Grito!, no Recife

Aproveitando a estreia dos cinemas de Kick-Ass, a Panini decidiu colocar nas livrarias o encadernado da obra, escrita por Mark Millar e desenhada por John Romita Jr. Esse primeiro volume se destaca pelo caráter cinematográfico da HQ, quase um mimetismo com o que se vê nas telas. Isso porque o autor escreveu o final deste primeiro arco de história durante a produção do filme.

De toda a produção de Millar já publicada no Brasil, Kick-Ass é mais representativa do estilo desse autor escocês, que escreveu grandes sucessos para a Marvel, como Supremos e Guerra Civil. A história de um garoto comum que decide virar super-herói, faz referências ao Homem-Aranha, com a diferença que aqui, apesar da inocência do protagonista, o mundo real o faz dançar conforme as regras do jogo.

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A violência no universo de Millar não é um fim, mas um meio, uma forma de expor que nas pessoas comuns e suas rotinas, reside também uma violência, algo que distorce a ideia do caráter inofensivo de gente simples. Kick-Ass sai dos subúrbios para lutar contra o crime, mas acaba tendo contato com uma dupla de pai e filha, que ao contrário de sua inexperiência, são exímios matadores. Ele próprio acabará se transformando no que no fundo sempre fantasiou.

A obra é original e tem referências criativas. O ponto fraco da edição brasileira, infelizmente, é a editora Panini. Mais um exemplo de miopia com seu público e mercado, ela decidiu colocar a série como um de seus encadernados de luxo. Por R$ 60, Kick-Ass não será conhecido nem por metade das pessoas que forem assistir ao filme. Uma outra parte considerável deverá baixar os scans na internet, isso se já não o fez.

Nem mesmo uma versão mais barata foi considerada, vendida em bancas ou pela internet. Com esse edição desproporcional, a chegada de uma obra tão interessante quanto Kick-Ass é prejudicada pela editora, que curiosamente, deveria ter todo o intuito de torná-la popular. Quem vai querer comprar o segundo volume desse jeito? [Paulo Floro]

KICK-ASS
Mark Millar (texto) e John Romita Jr. (arte)
[Panini, 212 págs, R$ 60]

NOTA: 6,0

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