Crítica: Julio Morais | Para Que Você Me Veja

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Foto: Divulgação
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Julio Morais faz pop manso na estreia com participação de Fábio Trummer e Ylana Queiroga

Esse disco de Julio Morais é mais uma prova de como a cena musical de Recife vive um processo de renovação bem diversificado. Os ainda pequenos e criativos nomes apostam em diversas vertentes, indo da psicodelia ao experimentalismo e agora, no caso de Morais, em um pop bem palatável com muita reverência à MPB.

Cheio de sutilezas e um tom manso, o trabalho tem um apelo às coisas boas de Pernambuco. Esse conceito de aconchego trouxe apenas temas leves às letras e uma noção bem firme de que o pop pode ser bastante comunicativo e ao mesmo tempo bem trabalhado. Acordes simples e dançantes estão presentes em “Nêga” e o pernambuquês cai bem no ritmo de “Zamba”. O disco tem participação de outra aposta da cena local, Ylana Queiroga, na música “Outro Dia”, lançada meses atrás. Há ainda Fábio Trummer, da Eddie na versão de “Pode Me Chamar”, esse verdadeiro hino olindense, aqui numa pegada malemolente.

Quem também marca presença é a banda Parafusa e o violonista Vinicius Sarmento. Formado em design, Julio Morais cumpriu com afinco essa sua estreia em disco ao conseguir formular bem sua proposta artística de fazer música pop brasileira com uma pitadinha de regionalismo. O disco foge de qualquer desafio ou algo disruptivo, mas representa um artista que sabe bem onde quer chegar. [Fernando de Albuquerque]

juliocapaJULIO MORAIS
Para Que Você Me Veja
[Independente, 2013]

Nota: 7,0