Crítica HQ: Juiz Dredd Especial de Natal

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Juiz Dredd vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil (Divulgação/Mythos Editora)
Juiz Dredd vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil (Divulgação/Mythos Editora)
Juiz Dredd vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil (Divulgação/Mythos Editora)

Um juiz assassino que chegou para o Natal

É ótimo ver como o Brasil passa a descobrir Juiz Dredd, um dos personagens mais interessantes dos quadrinhos ingleses, com as novas edições da Mythos. A editora decidiu fazer um passeio pelas diversas fases do anti-herói futurista em vez de optar por uma abordagem cronológica. O especial de Natal, que saiu no finalzinho do ano passado e que começa a chegar agora em janeiro nas bancas de todo o País é uma ótima porta de entrada para quem quer conhecer melhor o juiz. O time de roteiristas é estrelado por nomes como Alan Moore, Garth Ennis e Mark Millar.

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Especiais de Natal sempre foram tradições nos quadrinhos ingleses, terra da lendária revista 2000 AD. A Mythos decidiu fazer uma coletânea com o melhor dessas histórias natalinas do Juiz Dredd lançadas desde os anos 1980. Além desse especial, a editora brasileira ainda lança todo mês Juiz Dredd Magazine, um título mensal que traz ainda outras séries britânicas famosas como Slaine e Nikolai Dante, desconhecidas pela maioria dos leitores.

A quintessência de Juiz Dredd está presente neste especial, por isso a importância da revista como um título introdutório. A violência extremada, com toques exagerados e situações absurdas que apelam a um humor pastelão fizeram a fama desta série nas últimas décadas. Passadas em um futuro distópico e ambientadas na fictícia Mega-City Um, a HQ confronta o leitor com o horror do totalitarismo, mas de um jeito leve e tanto gonzo. Os juízes dessa época atuam como policiais, júri e também executores. Esqueçam o malfadado filme baseado na obra estrelado por Stallone ou o mais recente – e razoável – vivido por Keith Urban. A HQ apresenta nuances bem mais interessantes, sem deixar a aventura de lado.

Neste especial, temos os roteiristas famosos atualmente Garth Ennis (Preacher) e Mark Millar (Supremos, Kick-Ass), aqui no início de suas carreiras, além dos desenhos de Steve Dillon, que ainda não tinha burilado seu inconfundível estilo. Mas é a história tristíssima “O Dom da Piedade”, de John Wagner e desenhos de Dave Taylor, o grande destaque da revista. Mostra como nas mãos de um bom autor, o universo de Dredd pode gerar histórias de impacto emocional. Para fechar, uma HQ de ficção-científica escrita por Alan Moore sobre um casal que tem um robô de aluguel que atua como filho no Natal. Levanta o temor de um mundo superpopuloso que proibiu as pessoas de terem filho. [Paulo Floro]

dredd_natal_capaJUIZ DREDD ESPECIAL DE NATAL
John Grant, Alan Grant, Garth Ennis, Mark Millar, Al Ewing, John Wagner e Alan Moore (roteiro) e Steve Dillon, Carlos Ezquerra, Jim Murray, Dave Taylor, John Higgins e Jesus Redondo (arte)
[Mythos Editora, 68 páginas, R$ 10,90 / 2012]
Tradução: Pedro Bouça e Helcio de Carvalho

Nota: 8,0