Crítica – Disco: Quarto Negro | Amor Violento

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Quarto Negro aposta na imersão e melancolia no segundo álbum

Depois de um elogiado disco de estreia, Desconocidos (2011), a dupla paulistana Quarto Negro lança um dos trabalhos mais aguardados do indie nacional. Amor Violento reforça o caráter imersivo do duo e convida o ouvinte a um passeio íntimo por batidas que trazem influências do shoegaze e do dream-pop etéreo.

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A banda chega a esse segundo disco com mais expressividade. É um trabalho que deixa o ouvinte suspenso durante as 11 faixas, sem solavancos. A estratégia da banda é nos ligar em uma dimensão muito própria, pesada, o que nos leva a um choque de realidade ao sair. A melancolia é bastante presente no disco, que se arrasta sem pressa.

O uso das letras em português é outro ponto a favor do grupo. Faixas como “Maja Mujer” é carregada de drama e produz empatia com a interpretação de Eduardo Praça, voz e guitarra da dupla. Já “Orlando”, mais pesada e animada, remete às influências do rock inglês, educação musical básica para quem aposta no shoegaze. Mas as pérolas do álbum ficam mais para o final com “Tua Fraqueza Depõe Calada” e “Em Tua Carne, Acordei”, permeada por teclados e sintetizadores de Thiago Klein, um dos destaques deste segundo disco.

Gravado em Portland, no estado americano do Oregon, o Quarto Negro chega tanto para adicionar mais diversidade ao cenário pop nacional quanto para se inserir em uma linhagem de bandas mundiais que exploram diferentes nuances do indie rock, como Menomena e The Thermals. [Paulo Floro]

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